outubro 28, 2015

SERÁ QUE NOS SENTAMOS CORRETAMENTE NA RETRETE?


Ilustração de Maxim Kostenko

Segundo o que nos diz Giulia Enders no seu mais recente livro, não.
 E nessa ida à casa de banho, até o Homem Aranha comete erros.

Então qual será a posição correta?
Ilustração de Jill Enders
"A posição natural para se ir à casa de banho é, desde os primórdios, de cócoras. Ficar sentado numa retrete é uma novidade que só existe desde os finais do século XVIII, com a criação de uma retrete em compartimento fechado.
(...) Quer dizer que agora temos de descer do nosso trono de porcelana e passar a fazer as nossas necessidade agachados, num buraco, sem qualquer preparação ou estabilidade? A resposta é não (...) já que é possível estar agachado e sentado ao mesmo tempo. E vale a pena tentar porque não custa mesmo nada. Basta curvar ligeiramente a parte superior do corpo, colocar os pés em cima de um pequeno banco e pronto, já está. Com tudo no ângulo certo, podemos pôr-nos a ler e a dobrar o papel higiénico de consciência tranquila."
InA Vida Secreta dos Intestinos 


O livro que hoje divulgamos e que o Leitor pode requisitar para empréstimo domiciliário, encontra-se no 1º lugar do Top na Dinamarca, Holanda e Alemanha, onde já vendeu mais de 1,3 milhões de exemplares.




Editado entre nós pela Lua de Papel,
 escrito por Giulia Enders, 
A Vida Secreta dos Intestinos


Neste livro a autora explica-nos detalhadamente como funcionam os intestinos, desde que damos uma dentada num pastel de nata até ao momento em que o ciclo se completa. Ficamos a saber dados fascinantes (sabia que os intestinos têm um cérebro próprio) e, acima de tudo, o que precisamos de fazer para regular o trânsito intestinal.
Do bom funcionamento dos intestinos depende grande parte da nossa saúde: da pele às articulações, passando pelo peso certo. E para que funcionem bem temos de saber (por exemplo) a diferença entre probióticos e prebióticos, como regular a flora intestinal, os cuidados a ter com a higiene até a maneira correta de fazer aquilo que ninguém mais pode fazer por nós.
Moral da história: se procura uma saúde de ferro, aprenda a cuidar de si  - de dentro, para fora.

"Quando comecei a ler sobre o assunto fiquei chocada: percebi que os intestinos
 são um órgão com muita responsabilidade, que faz imenso."


Giulia Enders nasceu em 1990 e formou-se em Gastroenterologia na Universidade Goethe, a mais prestigiada da Alemanha, onde atualmente está a concluir o doutoramento. Por duas vezes distinguida com a bolsa Wilhelm-und-Else-Heraeus-Stiftung, a autora conseguiu em 2012 o primeiro prémio nas "Science Slam" de Friburgo, Berlim e Karlsruhe com a palestra Darm mit Charme, onde já expunha muitos dos conhecimentos científicos explorados neste livro.


E não se esqueça, 
"os intestinos podem influenciar o nosso sentido de humor"
Giulia Enders

Ilustração de Pawel Kucsynski

outubro 23, 2015

"VIVA A FRANÇA! JURO QUE ESTOU INOCENTE."



"Ao passarmos por aí, vejo de relance uma manchete em letras garrafais, "J'Accuse...!", e digo ao coronel: - Se é permitido um último desejo a um condenado, seria possível pararmos para eu comprar um jornal?
In, O Oficial e o Espião


A nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana 
foi distinguida com o prestigiado prémio britânico
 The Specsavers National Book:  Melhor Livro de Ficção.

Do autor  já seu conhecido, Robert Harris, 
editado pela Editorial Presença,
sugerimos desta vez
O Oficial e o Espião


"A ideia de recontar a história do caso Dreyfus surgiu durante um almoço em Paris com Roman Polanski, em inícios de 2012. O presente livro tem como propósito recontar, através do recurso às técnicas do romance, a história verídica do caso Dreyfus, porventura o maior escândalo político e erro judicial da História, que na década de 1890 viria a tornar-se uma obsessão para a França e, em última análise, para o mundo."
Robert Harris


Alfred Dreyfus
O famoso "caso Dreyfus", causador de grande agitação na época que se seguiu à derrota da França na guerra franco-prussiana, tem tudo para despertar o seu interesse. Alfred Dreyfus, oficial francês e judeu, considerado traidor e acusado de ter vendido informações aos serviços secretos alemães, foi condenado e deportado para a Ilha do Diabo, na Guiana Francesa.
" A ilha do Diabo? Julgava que estávamos à beira do século XX e não do século XVIII..."
George Picquart, um jovem oficial descobre a inocência de Dreyfus e apesar dos avisos para se manter afastado, persiste na reposição da verdade e acaba por se encontrar em circunstâncias semelhantes às do homem que tenta defender, ao lutar contra preconceitos xenófobos e anti-semitas.



Sobre o nosso autor de hoje, Robert  Harris, 
o Leitor encontrará mais informação AQUI.




Bom Fim de Semana com Boas Leituras


outubro 16, 2015

PROMETO FALHAR


PEDRO CHAGAS FREITAS escreve. Publicou 22 das mais de 150 obras que já criou. Foi, ou ainda é, jornalista, redactor publicitário, guionista, operário fabril, barman, nadador-salvador, jogador de futebol, e muitas outras coisas igualmente desinteressantes. Orienta desorientadas sessões de escrita criativa por todo o país e arredores. Gosta de gatos, de cães e de pessoas. Não gosta de eufemismos e de bacalhau assado.

E de Pedro Chagas Freitas, 
sugerimos-lhe a leitura de um dos seus mais recentes livros, publicado em abril de 2014. 
Para isso, só tem de passar pela Biblioteca Municipal.



"Trinta mil dias a olhar-te dormir, a saber o frio ou o calor do teu corpo, a perceber o que te doía por dentro, a amar cada ruga a mais que ia aparecendo. Trinta mil dias de eu e tu, desta casa que um dia dissemos que seria a nossa (que será de uma casa que nos conhece tão bem quando já aqui não estivermos para a ocupar?), das dificuldades e dos anseios, dos nossos meninos a correr pelo corredor, da saudade de nos sabermos sempre a caminho de sermos só nós. Trinta mil dias em que tudo mudou e nada nos mudou, das tuas lágrimas tão bonitas e tão tristes, das poucas vezes em que a vida nos obrigou a separar. Trinta mil dias, minha velha resmungona e adorável. Eu e tu e o mundo, e todos os velhos que um dia conhecemos já se foram com a velhice. Nós ainda aqui estamos, trinta mil dias depois, juntos como sempre. Juntos para sempre. Trinta mil dias em que desaprendi tanta coisa, meu amor. Menos a amar-te." 











outubro 09, 2015

LEITURA DE FIM DE SEMANA

Os dias frescos, calmos e lentos do outono estão a chegar e com eles o ambiente ideal para se deixar ficar em casa, confortavelmente, acompanhado por um livro. Se a dificuldade está na escolha, então nada melhor do que aceitar a sugestão que lhe deixamos.


Que linhas unem um imigrante que lava vidros num dos primeiros arranha-céus de Nova Iorque a um rapaz misantropo que chega a Lisboa num navio e a uma criança que inventa coisas que depois acontecem? Muitas. Entre elas, as linhas que atravessam os livros.

Em 1910, a passagem de dois cometas pela Terra semeou uma onda de pânico. Em todo o mundo, pessoas enlouqueceram, suicidaram-se, crucificaram-se, ou simplesmente aguardaram, caladas e vencidas, aquilo que acreditavam ser o fim do mundo. Nos dias em que o céu pegou fogo, estavam vivos os protagonistas deste romance - três homens demasiado sensíveis e inteligentes para poderem viver uma vida normal, com mais dentro de si do que podiam carregar.

Apesar de separados por milhares de quilómetros, as suas vidas revelam curiosas afinidades e estão marcadas, de forma decisiva, pelo ambiente em que cresceram e pelos lugares, nem sempre reais, onde se fizeram homens. Mas, enquanto os seus contemporâneos se deixaram atravessar pela visão trágica dos cometas, estes foram tocados pelo génio e condenados, por isso, a transformar o mundo. Cem anos depois, ainda não esquecemos nenhum deles.

Escrito numa linguagem bela e poderosa, que é a melhor homenagem que se pode fazer à literatura, No Meu Peito Não Cabem Pássaros é um romance de estreia invulgar e fulgurante sobre as circunstâncias, quase sempre dramáticas, que influenciam o nascimento de uma autor e a construção das suas personagens.




NUNO CAMARNEIRO nasceu em 1977. Natural da Figueira da Foz, licenciou-se em Engenharia Física pela Universidade de Coimbra, onde se dedicou à investigação durante alguns anos. Foi membro do GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra) e do grupo musical Diabo a Sete, tendo ainda integrado a companhia teatral Bonifrates. Trabalhou no CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear) em Genebra e concluiu o doutoramento em Ciência Aplicada ao Património Cultural em Florença. Em 2010 regressou a Portugal, onde exerce a atividade de investigação na Universidade de Aveiro e é professor na Licenciatura em Conservação e Restauro na Universidade Portucalense do Porto. Começou por se dedicar à micronarrativa, tendo alguns dos seus contos sido publicados em coletâneas e revistas. No Meu Peito Não Cabem Pássaros é a sua estreia no romance. Um ano depois, foi o autor vencedor do Prémio Leya 2012 com o romance Debaixo de Algum Céu.







setembro 25, 2015

HOJE SUGERIMOS


Está tudo no livro que propomos para leitura de fim de semana.

"Um romance para adultos sobre a sabedoria das crianças
a irreverência dos idosos e a magia do quotidiano."


A MENINA PERDIDA & ACHADA
Brooke Davis
Editora Asa

Millie Bird tem sete anos quando se apercebe de que tudo à sua volta tem um fim. Para não esquecer, começa um Livro de Coisas Mortas, no qual regista todas as coisas que lhe tocam o coração e desapareceram. Não podia imaginar que a Coisa Morta número 28 seria o seu pai. Pouco tempo depois, a mãe abandona-a na secção de roupa interior de uma loja e não volta mais.

Karl, o Datilógrafo tem oitenta e sete anos quando o filho lhe dá um beijo de despedida e o deixa num deprimente lar de idosos. Em tempos, Karl escrevia as mais românticas "cartas" de amor à mulher. Agora, mais só do que nunca, passa os dias a pensar numa forma de começar a viver de novo. Num rasgo de lucidez e euforia, consegue fugir.

Agatha Pantha tem oitenta e dois anos e não sai de casa desde a morte do marido. A coberto das cortinas e da hera da sua janela, gosta de gritar aleatoriamente com os vizinhos e mantém uma rotina diária tão rigorosa quanto desnecessária. Até ao dia em que avista uma menina solitária do outro lado da rua. 

Millie, Agatha e Karl são três almas perdidas que um acaso do destino vai unir. Juntos, partem em busca da mãe de Millie e, pelo caminho, vão descobrir que as crianças podem ser sábias, que a velhice não equivale à morte e que quebrar as regras de vez em quando pode ser a chave para a felicidade.


"Com o seu estilo simultaneamente sóbrio e exuberante, melancólico e extravagante, 
Brooke Davis escreveu uma história arrebatadora."
Miami Herald


Brooke Davis é australiana. Já foi escritora de viagens, editora e livreira. Este foi o romance de estreia. 
A Menina Perdida & Achada é fruto de um episódio trágico da vida da autora, que quis escrever sobre a tristeza não como um processo com princípio e fim, mas como algo que faz parte da vida. Completou recentemente o doutoramento em escrita criativa pela Curtin University, na Austrália. 
A Menina Perdida & Achada foi um sucesso retumbante por todo o mundo, tendo sido vendido para mais de vinte países.










setembro 15, 2015

NOVIDADES

Hoje damos-lhe a conhecer as últimas novidades editoriais dos nossos autores locais e que já pode requisitar na sua Biblioteca Municipal.  Ora veja:

"A estrela que não sabia dançar" 
Marie Spleiss e José Nobre, Chiado Editora, 2015

"Em busca de uma filosofia poética"
Klemen Craveiro, Folheto Edições (poesia)



"Garimpeiro de Afectos e Desfibrilhador de Memórias"
José M. C. Santos, Chiado Editora

"arbore"
Ana Maria Santos, Ed. Alfarroba (contos)







"Metamorfose Mental"
Gonçalo Cardeira, Ed. Vieira Silva (poesia)







setembro 04, 2015

O REGRESSO

Com o fim do período de férias, já se começa a perspectivar o regresso à vida escolar e às habituais rotinas diárias, tão bem conhecidas por todas as famílias. Se durante as férias ainda alimentamos a esperança de virmos a conseguir conviver serenamente com essas rotinas, mantendo a calma e o otimismo, a realidade, mais cedo ou mais tarde, acaba por vir a revelar-se menos idílica e, quantas vezes, bastante cruel. Todos sabemos, o quanto é difícil conciliar a vida pessoal e profissional, com a manutenção de um ambiente de calma e serenidade, indispensável ao bom funcionamento da vida familiar. Quando o equilíbrio entre todos os factores, que fazem parte da nossa vida diária, não se consegue alcançar, então podem surgir situações de conflito, das quais os filhos raramente saem ilesos.

Super - Mom

Com a nossa sugestão de leitura para o fim de semana
pretendemos dar uma pequena ajuda para se conseguir encontrar "aquele equilíbrio", 
que nos pode trazer dias mais calmos.



Este livro, "Parentalidade positiva - Pais otimistas, filhos felizes", do pedopsiquiatra Pedro Strecht, de narrrativa cativante e com testemunhos reais, propõe uma atitude otimista centrada no reforço das nossas qualidades e competências enquanto pais.
Afinal, o que todos queremos é que os nossos filhos cresçam seguros, felizes e com autoestima elevada, para virem a ser adultos equilibrados e confiantes, aptos a responder a uma sociedade em profunda e constante mudança.
A editora


Deixamos-lhe aqui algumas passagens, extraídas do livro, para que se sinta tentado a lê-lo:


"(...) Não despacha os trabalhos de casa a tempo ... Fica horas a brincar com tudo, borrachas, lápis, o que for preciso, tudo serve para se distrair ... Não sei se entrou para a escola cedo demais (o aniversário é no início de dezembro), mas em comparação com a irmã, não tem responsabilidade nenhuma ... Não lhe vemos nenhum lado sério! (...)"

* * *

"(...) Quando estamos especialmente disponíveis para observar determinadas realidades, parece que tudo nos entra pelos olhos dentro ... Na mesa ao lado, um casal também com três filhos. À frente da mais pequenina, que não deveria ter mais de 2 anos de idade e parecia visivelmente cansada e com sono, um tablet onde ela se fixava nas imagens de um desenho animado infantil ... Entretanto, a massa era-lhe servida à colher pela mãe, enquanto a criança parecia submersa na imagem. Ao mesmo tempo, o pai, ainda não desligado da azáfama tecnológica, atendia até telefonemas (ouvimos conversas alheias que também invadiam a nossa privacidade) como se continuasse no local de trabalho. O filho do meio parecia comer com apetite uma pizza de tamanho generoso e guarnição viçosa (talvez fosse o mais saudável) e o mais velho, já pré-adolescente, enviava sucessivas mensagens no telemóvel, usando apenas uma mão (genial !), enquanto a outra levava a comida à boca.(...)"

* * *

"(...) A criança, quando brinca, pode ser tudo. (...) Não há nada mais saudável para o crescimento emocional do seu filho do que os momentos em que brinca. (...)"

* * *


Pedro Strecht, médico de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, trabalhou no Departamento de Pedopsiquiatria do Hospital de D. Estefânia em Lisboa, foi professor do Ensino Secundário Oficial e Particular e Supervisor da Comissão Regional de Lisboa do Projeto de Apoio à Família e à Criança. Fez breves estágios na Tavistock Clinic, Brent Adolescent Centre, em Londres, e na Mulberry Bush School, uma comunidade terapêutica que acolhe e trata crianças vítimas de privações emocionais múltiplas. Para além da actividade privada, é médico do Centro de Estudos Dr. João Santos "Casa da Praia" e da Cooperativa "A Torre". Colabora na revista "Pais e Filhos".
Trabalhou e colaborou com Teresa Ferreira e Daniel Sampaio, entre outros.
Começou a publicar em 1993. Dos seus vários livros destacamos Crescer VazioPreciso de Ti - Perturbações Psicossociais em Crianças e AdolescentesRecados do Tempo do Menino Jesus - Histórias de Natal para CriançasInteriores - Uma Ajuda aos Pais sobre a Vida Emocional dos FilhosQuero-te Muito - Crónicas para pais sobre filhos, Ser adolescente e Para que servem os avós. O livro que lhe propomos é a sua mais recente obra, publicada em março 2015.


" Há sempre filhos à espera dos pais. Há sempre pais à espera dos filhos. Ambos estão ávidos de um (re)encontro que os confirme na mais sólida ligação que sempre pode existir: o amor. (...) Olhe então para ele (filho) como uma criança em crescimento e que precisa e espera de si uma posição compreensiva de amor parental, amplo, uno, indivisível. 
Amor amor amor onde andarias
talvez um dia amor amor tu venhas
salvar quem sempre e só amor reclama."










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