outubro 09, 2015

LEITURA DE FIM DE SEMANA

Os dias frescos, calmos e lentos do outono estão a chegar e com eles o ambiente ideal para se deixar ficar em casa, confortavelmente, acompanhado por um livro. Se a dificuldade está na escolha, então nada melhor do que aceitar a sugestão que lhe deixamos.


Que linhas unem um imigrante que lava vidros num dos primeiros arranha-céus de Nova Iorque a um rapaz misantropo que chega a Lisboa num navio e a uma criança que inventa coisas que depois acontecem? Muitas. Entre elas, as linhas que atravessam os livros.

Em 1910, a passagem de dois cometas pela Terra semeou uma onda de pânico. Em todo o mundo, pessoas enlouqueceram, suicidaram-se, crucificaram-se, ou simplesmente aguardaram, caladas e vencidas, aquilo que acreditavam ser o fim do mundo. Nos dias em que o céu pegou fogo, estavam vivos os protagonistas deste romance - três homens demasiado sensíveis e inteligentes para poderem viver uma vida normal, com mais dentro de si do que podiam carregar.

Apesar de separados por milhares de quilómetros, as suas vidas revelam curiosas afinidades e estão marcadas, de forma decisiva, pelo ambiente em que cresceram e pelos lugares, nem sempre reais, onde se fizeram homens. Mas, enquanto os seus contemporâneos se deixaram atravessar pela visão trágica dos cometas, estes foram tocados pelo génio e condenados, por isso, a transformar o mundo. Cem anos depois, ainda não esquecemos nenhum deles.

Escrito numa linguagem bela e poderosa, que é a melhor homenagem que se pode fazer à literatura, No Meu Peito Não Cabem Pássaros é um romance de estreia invulgar e fulgurante sobre as circunstâncias, quase sempre dramáticas, que influenciam o nascimento de uma autor e a construção das suas personagens.




NUNO CAMARNEIRO nasceu em 1977. Natural da Figueira da Foz, licenciou-se em Engenharia Física pela Universidade de Coimbra, onde se dedicou à investigação durante alguns anos. Foi membro do GEFAC (Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra) e do grupo musical Diabo a Sete, tendo ainda integrado a companhia teatral Bonifrates. Trabalhou no CERN (Organização Europeia para a Investigação Nuclear) em Genebra e concluiu o doutoramento em Ciência Aplicada ao Património Cultural em Florença. Em 2010 regressou a Portugal, onde exerce a atividade de investigação na Universidade de Aveiro e é professor na Licenciatura em Conservação e Restauro na Universidade Portucalense do Porto. Começou por se dedicar à micronarrativa, tendo alguns dos seus contos sido publicados em coletâneas e revistas. No Meu Peito Não Cabem Pássaros é a sua estreia no romance. Um ano depois, foi o autor vencedor do Prémio Leya 2012 com o romance Debaixo de Algum Céu.







setembro 25, 2015

HOJE SUGERIMOS


Está tudo no livro que propomos para leitura de fim de semana.

"Um romance para adultos sobre a sabedoria das crianças
a irreverência dos idosos e a magia do quotidiano."


A MENINA PERDIDA & ACHADA
Brooke Davis
Editora Asa

Millie Bird tem sete anos quando se apercebe de que tudo à sua volta tem um fim. Para não esquecer, começa um Livro de Coisas Mortas, no qual regista todas as coisas que lhe tocam o coração e desapareceram. Não podia imaginar que a Coisa Morta número 28 seria o seu pai. Pouco tempo depois, a mãe abandona-a na secção de roupa interior de uma loja e não volta mais.

Karl, o Datilógrafo tem oitenta e sete anos quando o filho lhe dá um beijo de despedida e o deixa num deprimente lar de idosos. Em tempos, Karl escrevia as mais românticas "cartas" de amor à mulher. Agora, mais só do que nunca, passa os dias a pensar numa forma de começar a viver de novo. Num rasgo de lucidez e euforia, consegue fugir.

Agatha Pantha tem oitenta e dois anos e não sai de casa desde a morte do marido. A coberto das cortinas e da hera da sua janela, gosta de gritar aleatoriamente com os vizinhos e mantém uma rotina diária tão rigorosa quanto desnecessária. Até ao dia em que avista uma menina solitária do outro lado da rua. 

Millie, Agatha e Karl são três almas perdidas que um acaso do destino vai unir. Juntos, partem em busca da mãe de Millie e, pelo caminho, vão descobrir que as crianças podem ser sábias, que a velhice não equivale à morte e que quebrar as regras de vez em quando pode ser a chave para a felicidade.


"Com o seu estilo simultaneamente sóbrio e exuberante, melancólico e extravagante, 
Brooke Davis escreveu uma história arrebatadora."
Miami Herald


Brooke Davis é australiana. Já foi escritora de viagens, editora e livreira. Este foi o romance de estreia. 
A Menina Perdida & Achada é fruto de um episódio trágico da vida da autora, que quis escrever sobre a tristeza não como um processo com princípio e fim, mas como algo que faz parte da vida. Completou recentemente o doutoramento em escrita criativa pela Curtin University, na Austrália. 
A Menina Perdida & Achada foi um sucesso retumbante por todo o mundo, tendo sido vendido para mais de vinte países.










setembro 15, 2015

NOVIDADES

Hoje damos-lhe a conhecer as últimas novidades editoriais dos nossos autores locais e que já pode requisitar na sua Biblioteca Municipal.  Ora veja:

"A estrela que não sabia dançar" 
Marie Spleiss e José Nobre, Chiado Editora, 2015

"Em busca de uma filosofia poética"
Klemen Craveiro, Folheto Edições (poesia)



"Garimpeiro de Afectos e Desfibrilhador de Memórias"
José M. C. Santos, Chiado Editora

"arbore"
Ana Maria Santos, Ed. Alfarroba (contos)







"Metamorfose Mental"
Gonçalo Cardeira, Ed. Vieira Silva (poesia)







setembro 04, 2015

O REGRESSO

Com o fim do período de férias, já se começa a perspectivar o regresso à vida escolar e às habituais rotinas diárias, tão bem conhecidas por todas as famílias. Se durante as férias ainda alimentamos a esperança de virmos a conseguir conviver serenamente com essas rotinas, mantendo a calma e o otimismo, a realidade, mais cedo ou mais tarde, acaba por vir a revelar-se menos idílica e, quantas vezes, bastante cruel. Todos sabemos, o quanto é difícil conciliar a vida pessoal e profissional, com a manutenção de um ambiente de calma e serenidade, indispensável ao bom funcionamento da vida familiar. Quando o equilíbrio entre todos os factores, que fazem parte da nossa vida diária, não se consegue alcançar, então podem surgir situações de conflito, das quais os filhos raramente saem ilesos.

Super - Mom

Com a nossa sugestão de leitura para o fim de semana
pretendemos dar uma pequena ajuda para se conseguir encontrar "aquele equilíbrio", 
que nos pode trazer dias mais calmos.



Este livro, "Parentalidade positiva - Pais otimistas, filhos felizes", do pedopsiquiatra Pedro Strecht, de narrrativa cativante e com testemunhos reais, propõe uma atitude otimista centrada no reforço das nossas qualidades e competências enquanto pais.
Afinal, o que todos queremos é que os nossos filhos cresçam seguros, felizes e com autoestima elevada, para virem a ser adultos equilibrados e confiantes, aptos a responder a uma sociedade em profunda e constante mudança.
A editora


Deixamos-lhe aqui algumas passagens, extraídas do livro, para que se sinta tentado a lê-lo:


"(...) Não despacha os trabalhos de casa a tempo ... Fica horas a brincar com tudo, borrachas, lápis, o que for preciso, tudo serve para se distrair ... Não sei se entrou para a escola cedo demais (o aniversário é no início de dezembro), mas em comparação com a irmã, não tem responsabilidade nenhuma ... Não lhe vemos nenhum lado sério! (...)"

* * *

"(...) Quando estamos especialmente disponíveis para observar determinadas realidades, parece que tudo nos entra pelos olhos dentro ... Na mesa ao lado, um casal também com três filhos. À frente da mais pequenina, que não deveria ter mais de 2 anos de idade e parecia visivelmente cansada e com sono, um tablet onde ela se fixava nas imagens de um desenho animado infantil ... Entretanto, a massa era-lhe servida à colher pela mãe, enquanto a criança parecia submersa na imagem. Ao mesmo tempo, o pai, ainda não desligado da azáfama tecnológica, atendia até telefonemas (ouvimos conversas alheias que também invadiam a nossa privacidade) como se continuasse no local de trabalho. O filho do meio parecia comer com apetite uma pizza de tamanho generoso e guarnição viçosa (talvez fosse o mais saudável) e o mais velho, já pré-adolescente, enviava sucessivas mensagens no telemóvel, usando apenas uma mão (genial !), enquanto a outra levava a comida à boca.(...)"

* * *

"(...) A criança, quando brinca, pode ser tudo. (...) Não há nada mais saudável para o crescimento emocional do seu filho do que os momentos em que brinca. (...)"

* * *


Pedro Strecht, médico de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, trabalhou no Departamento de Pedopsiquiatria do Hospital de D. Estefânia em Lisboa, foi professor do Ensino Secundário Oficial e Particular e Supervisor da Comissão Regional de Lisboa do Projeto de Apoio à Família e à Criança. Fez breves estágios na Tavistock Clinic, Brent Adolescent Centre, em Londres, e na Mulberry Bush School, uma comunidade terapêutica que acolhe e trata crianças vítimas de privações emocionais múltiplas. Para além da actividade privada, é médico do Centro de Estudos Dr. João Santos "Casa da Praia" e da Cooperativa "A Torre". Colabora na revista "Pais e Filhos".
Trabalhou e colaborou com Teresa Ferreira e Daniel Sampaio, entre outros.
Começou a publicar em 1993. Dos seus vários livros destacamos Crescer VazioPreciso de Ti - Perturbações Psicossociais em Crianças e AdolescentesRecados do Tempo do Menino Jesus - Histórias de Natal para CriançasInteriores - Uma Ajuda aos Pais sobre a Vida Emocional dos FilhosQuero-te Muito - Crónicas para pais sobre filhos, Ser adolescente e Para que servem os avós. O livro que lhe propomos é a sua mais recente obra, publicada em março 2015.


" Há sempre filhos à espera dos pais. Há sempre pais à espera dos filhos. Ambos estão ávidos de um (re)encontro que os confirme na mais sólida ligação que sempre pode existir: o amor. (...) Olhe então para ele (filho) como uma criança em crescimento e que precisa e espera de si uma posição compreensiva de amor parental, amplo, uno, indivisível. 
Amor amor amor onde andarias
talvez um dia amor amor tu venhas
salvar quem sempre e só amor reclama."










agosto 21, 2015

"ACREDITO QUE ESSE FOI O MAIOR MILAGRE DA NOSSA VIDA"



"Stephen ainda é vivo e é provavelmente o maior cientista vivo"
                                                        Jane Hawking




O Leitor ainda estará lembrado da noite de 22 de fevereiro deste ano.
Recorda ainda que nessa noite o ator britânico Eddie Redmayne 
ganhou o Oscar de Melhor Ator Principal 
no filme A teoria de Tudo (nomeado para 5 Oscares) ao interpretar Stephen Hawking.





Não é Uma Breve história do Tempo, de Stephen Hawking 
que lhe vamos sugerir como leitura de fim de semana,
 mas sim as memórias da sua primeira mulher, 
Jane Hawking que a Marcador editou com o título Viagem ao Infinito.




Nestas fascinantes memórias, Jane Hawking, a primeira mulher de Stephen Hawking, apresenta-nos a história do seu extraordinário casamento vista por dentro. Enquanto o prestígio académico de Stephen disparava, o seu corpo cedia aos assaltos da doença ELA (esclerose lateral amiotrófica).
"O pai dele avisou-me que ele ia viver no máximo quatro anos, e senti que me podia comprometer com o Stephen porque o amava e queria fazer o melhor por ele naquele pouco tempo.".


Família Hawking em 1977
O relato da autora, em que descreve como tentava equilibrar os cuidados constantes que o marido exigia com as necessidades de uma família em crescimento, é uma inspiração para todos.
" Havia quatro parceiros no nosso casamento: Stephen, eu, ELA, e a Deusa da Física".
A força interior de Jane e o caráter e feitos do seu marido dão corpo a uma história incrível, apresentada com uma honestidade inabalável; continuando presente quando o casamento chega ao fim, em que é trocada por uma das enfermeiras do seu marido.
O resultado é um livro sobre otimismo, amor e mudança que encontrará eco em leitores de todo o mundo.

A mente dele mudou o nosso mundo
O amor dela mudou o mundo dele




Jane Hawking nasceu a 29 de março de 1944. Foi mulher de Stephen Hawking durante mais de 25 anos e juntos tiveram três filhos. É escritora e conferencista. Ensina literatura e canto coral. Vive e trabalha em Cambridge.





Ilustração de Barry Ross Smith



agosto 12, 2015

"TINHA DE HAVER ALGUMA COISA ANTES DE O INFERNO SE INSTALAR"





"E foi através do olhar de duas famílias judias que decidi contar 
como se transforma uma cidade feliz numa coisa obscena como Auschwitz"
                                                                                                                João Pinto Coelho


Osphitzin, o nome da pacata cidade polaca que os alemães, 
em 1939 rebatizaram e transformaram no maior campo de extermínio de sempre.




Em 1968, Kimberly Parker, uma jovem professora de Literatura, atravessa os Estados Unidos para ir ensinar no colégio mais elitista da Nova Inglaterra, dirigido por uma mulher carismática e misteriosa chamada Sarah Gross. Foge de um segredo terrível e procura em St. Oswald's a paz possível com a companhia da exuberante Miranda, o encanto e a sensibilidade de Clement e sobretudo a cumplicidade de Sarah. Mas a verdade persegue Kimberly até ali e, no dia em que toma a decisão que a poderia salvar, uma tragédia abala inesperadamente a instituição centenária, abrindo as portas a um passado avassalador.
Nos corredores da universidade ou no apertado gueto de Cracóvia; à sombra dos choupos de Birkenau ou pelas ruas de Auschwitz quando ainda era uma cidade feliz, Kimberly mergulha numa história brutal de dor e sobrevivência para a qual ninguém a preparou.

João Pinto Coelho escreveu
As Publicações D. Quixote editaram
a obra finalista do Prémio Leya em 2014
Perguntem a Sarah Gross

 


"E, se perguntarem, terei de vos dizer que é muito, mas muito bom, 
impossível de largar depois de se começar a ler. 
Perguntem-me, e dir-vos-ei que é imperioso que o leiam"
Maria do Rosário Pedreira



João Pinto Coelho nasceu em Londres em 1967. Licenciou-se em Arquitetura em 1992 e viveu a maior parte da sua vida em Lisboa. Passou diversas temporadas nos Estados Unidos, onde chegou a trabalhar num teatro profissional perto de Nova Iorque e dos cenários que evoca neste romance. Em 2009 e 2011 integrou duas ações do Conselho da Europa que tiveram lugar em Auschwitz, na Polónia, trabalhando de perto com diversos investigadores sobre o Holocausto.
No mesmo período, concebeu e implementou o projeto Auscwitz in 1st Person/A letter to Meir Berkovich, que juntou jovens portugueses e polacos e que o levou uma vez mais à Polónia, às ruas de Oswiécim e aos campos de concentração e extermínio. A esse propósito tem realizado diversas intervenções públicas, uma das quais, como orador, na conferência internacional Portugal e o Holocausto, que teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, em 2012.
Perguntem a Sarah Gross é o seu primeiro romance





- Óscar vou já brincar ...
- Óscar já falta pouco ...
- Óscar enquanto não acabar de ler Perguntem a Sarah Gross, não saio daqui !!!


agosto 07, 2015

NÃO, NÃO FORAM NO COMBOIO...


Óscar, um dos cães sortudos que não vai ser abandonado estas férias.


A família Ferreira e o Óscar foram de férias de carro.

No comboio, vai a Rachel, uma das personagens do livro da nossa
sugestão de leitura para o seu fim de semana
Thriller com mais de 2 milhões de exemplares vendidos
 em todo o mundo em apenas 3 meses 
e já em processo de vir a ser adaptado ao cinema pela DreamWorks. 

E enquanto isso acontece
pode o Leitor requisitar, na sua Biblioteca, 
este thriller arrepiante,

A Rapariga no Comboio
editado pela Top Seller e escrito pela autora Paula Hawkins.


"A policia está convencida de que sou uma tarada.
 Acham que não passo de uma obcecada, de uma maluca desequilibrada".


Todos os dias, Rachel apanha o comboio...
No caminho para o trabalho, ela observa sempre as mesmas casas durante a sua viagem. Numa das casas ela observa sempre o mesmo casal, ao qual ela atribui nomes e vidas imaginárias. Aos olhos de Rachel, o casal tem uma vida perfeita, quase igual à que ela perdeu recentemente.
Até que um dia...
Rachel assiste a algo errado com o casal... É uma imagem rápida, mas suficiente para a deixar perturbada. Não querendo guardar segredo do que viu, Rachel fala com a polícia. A partir daqui, ela torna-se parte integrante de uma sucessão vertiginosa de acontecimentos, afetando as vidas de todos os envolvidos.


Paula Hawkins, nascida e crida no Zimbabué, mudou-se para Londres em 1989, onde vive atualmente. Foi, durante 15 anos jornalista na área financeira, antes de se dedicar inteiramente à escrita de ficção. 
A nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana é o seu primeiro romance e manteve acordado toda a noite Stephen King.

Pintura de Karin Jurick


De Férias ou de Fim de Semana
Não deixe de Ler na companhia do seu amigo

Esperamos por si...




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