maio 27, 2015

QUE NOME DESTE AO LUGAR DE PASSAGEM, BARTOLOMEU DIAS?


No próximo dia 29 de maio passam 515 anos sobre a morte de Bartolomeu Dias (c. 1450-1500), o navegador que pela primeira vez, em 1488, dobrou o Cabo das Tormentas, rebatizado de Cabo da Boa Esperança, no extremo sul de África.
Para além desta viagem, participou, em 1497, na viagem de Vasco da Gama à Índia e em 1500 na Viagem de Pedro Álvares Cabral, também à Índia, e que acabou por encontrar o Brasil.





"Bartolomeu Dias aparece-nos como um comandante a quem não é atribuído o justo valor e como um homem que caminha para a morte triste e amargurado, sem saudades do passado, mas orgulhoso do que fez e capaz de reconstruir passo a passo a viagem que o tornou o primeiro português a ultrapassar o Cabo e a abrir o caminho para o grande desígnio de D. João II, o de estabelecer relações com a outra parte do Mundo onde vinham a prata, as sedas, as pedras e as especiarias".
Eduardo Marçal Grilo




Se o Leitor gosta da "nossa História", 
não vai querer perder o romance histórico 
que aqui lhe apresentamos sobre o navegador português.


O Navegador da Passagem
Da escritora Deana Barroqueiro
Editado pela Porto Editora



"Com a leitura do livro conseguem-se sentir não apenas o calor e a humidade sufocantes, mas também os cheiros nauseabundos, as doenças, as febres e o sentimento viscoso que existiam naquele espaço exíguo onde todos se acotovelavam e atropelavam e onde poucos compreendiam exatamente o que representava a sua presença ali, vindo para a aventura atraídos apenas pela esperança de poderem um dia vencer a miséria que haviam deixado nas suas casas. (...)
O livro retrata ainda a Corte Portuguesa ao tempo de D. João II e de D. Manuel I, os Reis que conduziram Portugal durante a fase da epopeia que levou os portugueses à Índia. (...) Relata também D. João II como um rei com mão de ferro que tinha uma Ideia e um Plano, enquanto D. Manuel I é apresentado como alguém que se limitou a cumprir o projeto que herdara mas para o qual não possuía nem "engenho nem arte" como o seu cunhado e antecessor".
                                                  Eduardo Marçal Grilo



"Grande serviço e mercê nos prestaste, a mim e ao reino de Portugal, Bartolomeu Dias, e por tal hás-de ser recompensado - e el-rei D. João II abraçara-o, murmurando-lhe ao ouvido: 
- Cuidado com Cristóvão Colombo! Guarda o maior segredo do teu descobrimento".



Deana Barroqueiro nasceu em New Haven, Connecticut, nos Estado Unidos da América, em 23 de julho de 1945. Licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, de cujo grupo de teatro fez parte, juntamente com Luís Miguel Cintra, Maria do Céu Guerra, entre outros.
Por vocação, tornou-se professora de português, fazendo e estágio na Escola Secundária Passos Manuel, em Lisboa, onde concretizou a maioria dos seus projetos de Teatro e de Escrita Criativa com os alunos, tendo publicado várias obras com o Grupo de Trabalho de M. E. para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses.
A autora é uma apaixonada da língua e cultura portuguesa, em particular dos séculos XVI a XVIII, que estuda há mais de vinte anos.
Publicou onze romances históricos e dois livros de contos, um dos quais - Contos Eróticos do Velho Testamento - foi editado no Brasil,  em Espanha e Itália.
A 21 de novembro de 2003, nos Estados Unidos da América, durante o sarau para a atribuição de prémios do Concurso Literário Proverbo, de cujo júri fez parte, a escritora recebeu um louvor pela Câmara de Newark, em reconhecimento do seu contributo para a divulgação e promoção da língua e cultura portuguesas entre as comunidades de emigrantes da América, Canadá e Europa.


Epitaphio De Bartholomeu Dias

Jaz aqui, na pequena praia extrema,
O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro,
O mar é o mesmo: já ninguem o tema!
Atlas, mostra alto o mundo no seu hombro.

                                                                                                           Fernando Pessoa, 
                                                                                                           In Mensagem




Boa Semana com Boas Leituras



maio 22, 2015

ERNESTINA


"Ernestina conseguiu escapar sem arranhões de maior aos perigos dos primeiros anos daquela vida dura, talvez porque o Sapateiro tinha juntado aos deveres de pai as funções de anjo da guarda. Além de mimos e cuidados para que nada lhe faltasse, servia-lhe ainda de escudo permanente contra as fúrias irracionais da mãe. (...)
Teimosa, desastrada, desobediente, repontona, com queda para transformar em calamidade as coisas simples - um dia à janela deixou escapar das mãos uma jarra de vidro que por pouco ia ferindo um vizinho, doutra vez pegou fogo à casa, a brincar com uma faca cortou a boca até à bochecha - Ernestina tornou-se no seio da família uma espécie de risco permanente. (...)
Ernestina aprendeu a ler e a escrever em menos de um ano, mas quando a escola fechou para as férias grandes a professora avisou os pais de que era melhor que a não voltassem a matricular, porque nem mesmo obrigada a aceitaria. Que a rapariga era o diabo feito gente, refilona de primeira, desobediente, sem ponta de respeito por nada nem por ninguém. Melhor seria até se a metessem num asilo, antes que fosse tarde".


Fotografia de Artur Pastor
Trás-os-Montes, década 50

O que o futuro reservou para Ernestina?

Descubra no livro que lhe deixamos como 
sugestão de leitura de fim de semana.
Hoje, dia 22 de maio, por ser o Dia do Autor Português
 deixamos-lhe um romance, que é considerado por muitos como uma das
 obras máximas da literatura portuguesa.

de



"Mãe de um só filho, a sua vida, que foi uma tristeza, amargura e terrível solidão, dava um livro. Escrevi-lho eu".

Ernestina, nome da mãe do autor, é mais do que um romance autobiográfico ou um volume de memórias de família ficcionadas. É um retrato do norte de país, entre os anos 1930 e os anos 1950, um romance que transcende o cunho regionalista e que atravessa fronteiras, transformando-se num fenómeno invulgar em Portugal e na Holanda , onde já vai na sétima edição.
O romance envolve um período de mais de 100 anos abrangendo três gerações de gentes da região do rio Sabor. É um livro recomendado como sugestão de leitura pelo Plano Nacional de Leitura, para a Formação de Adultos - Grau de Dificuldade III.



"Ernestina é o romance autobiográfico de Rentes de Carvalho, a estrela portuguesa da Holanda. É a biografia de milhares e milhares de famílias portuguesas. Um livro terno, mas nunca lamechas. Um livro duro, mas que nunca corta a esperança. Um livro simples e obrigatório".
Henrique Raposo , Expresso



De ascendência transmontana, J. Rentes de Carvalho nasceu em 1930, em Vila Nova de Gaia. Obrigado a abandonar o país por motivos políticos, viveu no Rio de Janeiro, em S. Paulo, Nova Iorque e Paris, trabalhando em vários jornais.
Em 1956 passou a viver em Amesterdão, onde se licenciou e foi docente de Literatura Portuguesa entre 1964 e 1988. Dedica-se, desde então, exclusivamente à escrita e a uma vasta colaboração em jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses, além de várias revistas literárias. A sua extensa obra ficcional e cronística tem sido publicada na Holanda e recebida com grande reconhecimento, quer por parte da crítica, quer por parte dos leitores em geral, chegando alguns títulos a alcançar o estatuto de best-seller.

"Para a Holanda levaria o sol que aquece tanto o corpo como a alma, levaria a paisagem, a boa cozinha, a nossa maneira de conviver, de ter tempo (mesmo quando o não temos). Da Holanda traria a correção, a pontualidade, o espírito cívico, a persistência em acabar o que se começa, a capacidade de empreender e de arriscar, a convicção de que o que se rouba ao Estado é um roubo a nós próprios e ao vizinho".

Em 2012 foi galardoado com o Grande Prémio de Literatura Biográfica APE/Câmara Municipal de Castelo Branco, com o livro "Tempo Contado" e, em 2013, o seu livro "Mazagran" venceu o Grande Prémio de Crónica.

***
Na nossa Biblioteca Municipal, o leitor encontrará, para além do livro da nossa sugestão de leitura de hoje, mais dois títulos do mesmo autor: A sétima onda e Os lindos braços da Júlia da farmácia.









maio 15, 2015

15 DE MAIO - DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA


"Família é uma pequena sociedade composta por um homem que não ganha o suficiente, de uma mulher que não cuida da casa como devia cuidar
 e de alguns filhos que estão cada vez mais impossíveis".
                                                                                                      Millôr Fernandes


Hoje, 15 de maio, celebra-se o Dia Internacional da Família, definido em Assembleia Geral das Nações Unidas, com a resolução nº 47/237 de 20 de setembro de 1993, com o intuito de alertar a sociedade civil para os problemas que afligem a vida familiar, ajudando as mesmas a enfrentá-los e a resolvê-los da melhor maneira possível.

"Juro ter os meus filhos penteados, limpos, bem vestidos, unhas cortadas, vacinas a tempo. Juro brincar com eles, ser uma mãe divertida, não andar em cima deles, ter vida própria... juro esclarecer dúvidas, nunca ir buscá-los depois das seis, dar recados na escola, fazer os poemas que a escola pede, fazer fatos de carnaval biodegradáveis que a escola pede, mandar dinheiro para o planetário... Juro verificar se puxam o autoclismo, ensinar a limpar o rabo, verificar se o rabo está limpo, ensinar a limpar o pingo, a pôr a tampa da sanita para baixo, a assoar ... Juro ter a casa arrumada a cheirar a limpo, aquecida, moderna, com design, velas de cheiro... Juro ser sexy, gira, vestir-me bem, ter um rabo brasileiro, fazer sexo, comprar algemas... juro ser companheira do meu marido, seduzir o meu marido, pôr batom para o meu marido... Juro solenemente".



Estas juras são-lhe familiares?

Cara Leitora, depois de nos visitar e requisitar
a nossa sugestão de leitura para este fim de semana, vai ver que não há famílias perfeitas.



NÃO HÁ FAMÍLIAS PERFEITAS
MULHERES, MÃES E DESABAFOS
Da psicóloga Marta Gautier
Editado pela Objectiva

Não Há famílias Perfeitas vem destruir o mito da família perfeita. Pressionadas por um sem-fim de teorias, que não conseguem adaptar à sua realidade, por fadiga, inadequação ou falta de tempo, as mães dos nossos dias vêem-se a braços com a olímpica missão de cumprir a perfeição em todas as áreas da sua vida e, sobretudo, na tarefa suprema da maternidade.
Num tom confessional e genuíno com que todas as mães se identificarão, a psicóloga Marta Gautier pretende alertar para certos vícios e equívocos que se instalam nas relações familiares, e que, sem a tomada de consciência, podem avolumar-se no tempo.

Com a ajuda deste livro, as mães de hoje perceberão, com alivio, que 
não há nem pode haver famílias perfeitas.


Marta Gautier é uma psicóloga e escritora portuguesa. Nasceu a 31 de julho de 1976 em Lisboa. É filha da conceituada escritora Rita Ferro.
A par da terapia individual, tem sido procurada na área das competências parentais por pais que desejam melhorar a relação com os filhos e conhecer formas de mudar comportamentos que desorganizam a dinâmica familiar. Este livro resulta da sua experiência  e formação específica nesta área.


"A família é como a varíola: temos em criança 
e ficamos marcados para o resto da vida"
                                                                                             Jean-Paul Sartre










maio 06, 2015

ELE TEM ESTILO


Ilustração de Marius Van Dokkun


Caro Leitor, o mundo masculino não precisa de ser como o da ilustração. 


"Ele tem estilo"
Admita-o: Sempre quis que as pessoas dissessem isso a seu respeito.





O que uma pessoa usa diz muito sobre o que a pessoa é, o que simboliza, como vive. Mais do que qualquer outra coisa, o estilo diz respeito ao comportamento. Um homem com estilo procede com dignidade, com força, com intenção, com confiança.
Existe uma diferença entre Moda e Estilo. A moda é temporária, transitória, muda com as estações do ano.




Quando falamos de estilo, falamos em muito mais do que aspeto ou imagem. 
Falamos de personalidade, de autoconfiança e de individualidade.
De dizer a palavra certa no momento exato.
De ter dignidade e graça.
Estilo é tudo isso.



Para que o Leitor não se reveja nas imagens acima apresentadas, 
Visite-nos e requisite este livro.

Pois como Edward Gibbon disse:
"O estilo é a imagem da personalidade"



abril 30, 2015

A TODAS AS MÃES, UM FELIZ DIA




Depois de calmamente comer todos os bombons que os seus filhos lhe deram neste 
Dia da Mãe, a Leitora pode, calmamente, escolher o sofá e deliciar-se 
com a nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana.


Pois como diz o Sunday Express, é 
"Um livro para ler com um grande copo de vinho assim que os monstrinhos estejam na cama".



Editado pela Oficina do Livro
Escrito por Stephanie Calman

Confissões de uma Mãe 




"Eu queria querer crianças, não gostava de me sentir anormal. Queria fazer parte da festa, compreender o que era todo o alarido. Queria perceber. Tinha impulsos protetores, mas eram todos em relação a adultos. (...)
Não tinha qualquer vontade de lhes pegar, de lhes limpar o nariz ou - Deus me livre! - de ficar a olhar por eles por pouco tempo que fosse. (...)
Fui deixada em casa sozinha com um bebé.
O que é que eu FAÇO? Quando o Peter estava cá podíamos sentir-nos confusos juntos. Mas sozinha...(...)
Não são lindos?
Sim...
E eu sei que não há ninguém senão eles que eu queira para dar cabo da minha vida"





"Mas as mães, sem exceção, deram à luz grandes homens
 e se a vida as enganou em seguida, delas não foi a culpa"
                                                                                         Boris Pasternak



Stephanie Calman é casada, tem dois filhos e vive em Londres. Em 2003, depois de ter sido mãe pela primeira vez, decidiu fundar o clube www.badmothersclub.co.uk, um sítio onde as mães e os pais podiam "confessar-se". O número de visitantes e as confissões "ouvidas" levaram-na a escrever um livro divertido, sincero e que é considerado um antídoto contra todos os manuais de maternidade.



Depois de levar os seus filhos a toque de caixa para a cama, 
afunda-se, exausta no sofá?


Visite-nos, requisite o livro e 
tenha um Feliz Dia da Mãe




abril 24, 2015

HÁ 41 ANOS PORTUGAL ERA ASSIM

Há 41 anos não havia liberdade. A atividade política estava condicionada, não existiam eleições livres e a única organização política aceite era a União Nacional/Ação Nacional Popular. A oposição ao regime era perseguida pela polícia política (PIDE/DGS) e restava-lhes a clandestinidade ou o exílio. Portugal mantinha uma guerra colonial em Angola, Guiné e em Moçambique, o que gerou o protesto de milhares de jovens e todos os rapazes maiores de 18 anos eram obrigados a ir à tropa. O país estava praticamente isolado da comunidade internacional.

Fotografia de Alfredo Cunha,
Portugal, anos 70





"O Circo Voltou" foi escrito em 1942 pela autora inglesa de romances juvenis Enid Blyton, mas demorou 32 anos a ser editado em Portugal. Só a 28 de fevereiro de 1974 é que os jovens portugueses puderam ler o último volume de um trilogia sobre o universo circense.





Em 1973 só um em cada dez portugueses tinha telefone. Em lista de espera encontravam-se 60 mil pessoas.





Fotografia de Alfredo Cunha, 1974
Escola no Bairro Alto, Lisboa

A escolaridade era obrigatória só até à 4º classe. As escolas tinham salas de aula e recreios separados para rapazes e raparigas.
A propaganda da "obra de Salazar" e dos ensinamentos da Igreja Católica, com particular ênfase na Nossa Senhora de Fátima, fazia parte dos programas escolares.
O livro da primeira classe continha nada menos do que trinta e oito textos sobre o catolicismo, passando para quarenta no livros da segunda classe.
Professores que não apoiassem o regime deixavam de poder exercer a sua profissão.
Castigos com a régua eram permitidos.





O hábito dos portugueses ouvirem o relato do jogo de futebol de ouvido colado ao transístor enquanto viajavam de elétrico acabou. Um decreto do Ministério das Comunicações alarga aos passageiros dos elétricos e dos troleicarros os deveres até agora impostos apenas aos utentes de transportes coletivos automóveis. A 17 de abril de 1974 passa a ser proibida a utilização de telefonias no interior dos carros, assim como qualquer tipo de comercialização




"Querendo criar a sua própria nova geração de nacionalistas, o regime confiou a organização do equivalente português das "Juventudes Hitlerianas", a Mocidade Portuguesa, ao jovem professor Marcelo Caetano, que foi um dos seus primeiros comissários nacionais. A M. P. tinha a sua própria estrutura e hierarquia militar, os seus uniformes próprios, incluíndo o emblema nacionalista no bolso junto ao coração, e um "S" conspícuo na fivela do cinto, que muito apropriadamente se situava sobre o estômago. O "S" significava "servir" e "Salazar". (...)
Tanto o professor como os alunos começavam o dia de pé fazendo a saudação fascista com o braço estendido e a mão aberta. Quando o professor perguntava três vezes "Quem vive?" e "Quem manda?" toda a classe tinha de gritar em uníssono: "Portugal! Portugal! Portugal!" "Salazar! Salazar! Salazar!" antes de se sentar para as lições do dia".
António de Figueiredo
In, Portugal: Cinquenta Anos de Ditadura




Foi então que Abril abriu
as portas da claridade
e a nossa gente invadiu
a sua própria cidade.

Foi esta força sem tiros

de antes quebrar que torcer
esta ausência de suspiros
esta fúria de viver
este mar de vozes livres
sempre a crescer a crescer
que das espingardas fez livros
para aprendermos a ler
que dos canhões fez enxadas
para lavrarmos a terra 
e das balas disparadas 
apenas o fim da guerra.

Foi esta força viril

de antes quebrar que torcer 
que em vinte e cinco de Abril
fez Portugal renascer.
                                        
Ary dos Santos
                                                                In, As Portas que Abril Abriu






abril 23, 2015

23 de abril 2015






Por decisão da UNESCO, no dia 23 de abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. Trata-se de uma data simbólica para a literatura, já que, segundo os vários calendários, neste dia desapareceram importantes escritores, como Cervantes e Shakespeare, entre outros. A ideia da comemoração teve origem na Catalunha, onde a 23 de abril, dia de São Jorge, era oferecida uma rosa a quem comprasse um livro. Atualmente, a troca de uma rosa por um livro tornou-se uma tradição em vários países. 

Hoje, em todo o mundo, organismos e entidades da sociedade civil destacam o prazer de ler e a importância que os livros, nos seus vários suportes, têm na sociedade contemporânea.


Este ano o cartaz do Dia Mundial do Livro é da autoria do atelier Silvadesigners, de Jorge Silva, e mostra-nos, num jogo de luzes e de efeitos, que os livros podem ter leituras variadas e múltiplos ecos, consoante os leitores onde chegam.









abril 17, 2015

CENSURA/LIBERDADE







  • O Amante de Lady Chaterley, de D. H. Lawrence
  • O Anti-Cristo, de Friedrich Nietzsche
  • Os Bichos, de Miguel Torga
  • Lolita, de Vladimir Nabokov
  • Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes
  • O Erotismo, de Georges Bataille
  • O Hóspede de Job, de José Cardoso Pires
  • Quando os Lobos Uivam, de Aquilino Ribeiro
  • Madame Bovary, de Gustave Flaubert
  • Manhã Submersa, de Virgilio Ferreira



  • Fazem parte de uma lista de 900 títulos que foram proibidos durante a ditadura, de 1933 a 1974 e que o Leitor pode consultar na sua Biblioteca.



    Este é o título da exposição constituída por 25 poemas de autores portugueses, cuja vida e obra ficaram marcadas pelo tema da Liberdade. Poderá ser vista até ao dia 30 de abril, no átrio da entrada da Biblioteca Municipal. Paralelamente, estarão também expostos alguns dos livros, que faziam parte da tal lista de 900 títulos, proibidos durante o Estado Novo e que o Leitor poderá requisitar para empréstimo domiciliário.




    Se Voltaire fosse português e tivesse vivido entre 1926 e 1974, teria tido muito trabalho!!!


    "A Censura constituiu, na verdade, uma peça central da estrutura orgânica do Estado Novo, do seu aparelho repressivo, propagandístico e de enquadramento político-ideológico da população, de tal modo relevante para a ditadura (...)."
    Cândido de Azevedo
    In, A Censura de Salazar a Marcelo Caetano






    Estes dois documentos foram alvo de censura prévia antes de serem publicados e, enquanto o poema de Mário Silva foi "aprovado", o conto de Ferreira de Castro, "A Missão" levantou muitas dúvidas ao censor, que solicitou, inclusivamente, a sua proibição.


    "Escrever assim é uma verdadeira tortura. Porque o mal não está apenas no que a censura proíbe mas também no receio do que ela pode proibir. Cada um de nós coloca, ao escrever, um censor imaginário sobre a mesa de trabalho - e essa invisível e incorpórea presença tira-nos toda a espontaneidade, corta-nos todo o élan, obriga-nos a mascarar o nosso pensamento, quando não a abandoná-lo, sempre com aquela obsessão: "eles deixarão passar isto?"

    Ferreira de Castro em 1945



    Sem Censura e em Total Liberdade










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