setembro 24, 2014

LA LECTURA OBLIGADA ES NEFASTA.




Fez no passado dia 22 de setembro um ano que faleceu o escritor colombiano Álvaro Mutis.
 
O seu grande amigo e primeiro leitor das suas obras, Gabriel Garcia Marquez, que o descrevia como "um dos maiores escritores do nosso tempo", pouco depois de conhecida a notícia da sua morte, escreveu apenas uma palavra no Twitter: Mutis.

 

Álvaro Mutis nasceu a 25 de agosto de 1923, em Bogotá, Colômbia. Filho do diplomata Santiago Mutis, passou parte da sua infância em Bruxelas onde o pai foi embaixador.
Antes de se tornar escritor, trabalhou no seu país como jornalista, relações públicas, locutor de rádio, distribuidor de filmes da 20Th Century Fox na América Latina, fez dobragens em filmes e deu voz ao narrador da série Os Intocáveis.
Em 1948 iniciou a sua carreira literária com a publicação de um livro de poesia, La Balanza, seguindo-se, em 1953, Los Elementos del Desastre.
Octavio Paz, de quem era amigo,  Pablo Neruda, Saint-John Perse e Walt Whitman, foram as suas grandes influências.
 
 
Viajou para o México em 1956 com cartas de recomendação do realizador espanhol Luis Buñel e do produtor mexicano de televisão Luis de Llano Palmer.
Três anos depois da sua chegada ao México, foi acusado de fraude pela multinacional norte-americana Standard Oil Co, onde trabalhava como relações públicas. Esteve preso durante 15 meses na prisão de Lecumberri, na Cidade do México. Dessa experiência "uma lição que nunca esquecerei nas mais intensas e profundas camadas de dor e fracasso", nasceu, em 1959,  o seu primeiro romance Diário de Lecumberri.

"O homem é uma espécie que falhou como espécie,
um ser dedicado a destruir o meio em que vive"

Em 1953 criou a personagem Maqroll, el Gavieiro, seu alter ego, que se tornou uma marca da sua obra, sendo o protagonista de sete dos seus nove romances. 
A Biblioteca Municipal dispõe para empréstimo domiciliário dois romances:
  • A Neve do Almirante
  • A Última Escalada do Tramp Steamer.
Por diversas ocasiões Álvaro Mutis mencionou abertamente o seu amor por Portugal e pela sua literatura. Falava português e era um fiel leitor de Fernando Pessoa.
Em vários dos seus escritos assinou com o pseudónimo de Arvar de Matos, diplomata português.

"O outono estava prestes a terminar e Lisboa mostrava o seu rosto de opacidade e tristeza, tão de acordo com os fados  que os turistas fingem desfrutar nas tabernas."
                                                                                    In A Última Escalada do Tramp Steamer
 
 
Álvaro Mutis foi galardoado com os seguintes Prémios: 
  • Prémio Médicis para melhor romance estrangeiro em França (A Neve do Almirante, 1988)
  • Prémio Príncipe das Astúrias de Letras em 1997
  • Prémio Rainha Sofia de Poesia em 1997
  • Prémio Cervantes em 2001 





Visite-nos e Descubra o Prazer da Leitura

setembro 19, 2014

LEITURA DE FIM DE SEMANA


Com chuva ou com sol, o fim de semana aí está.
Vamos aproveitá-lo da melhor maneira.
Para tal, sugerimos-lhe
"Uma estreia arrebatadora . . ."
                                               The Washington Post


O livro que lhe sugerimos conta-nos o efeito devastador que a intolerância religiosa, neste caso da religião católica,  tem sobre quem lhe é próximo e que, baseado num fundamentalismo religioso, educa pelo medo e pela repressão, em contraponto com os valores como a solidariedade, a compaixão e a generosidade.
 
A Cor do Hibisco
de Chimamanda Ngozi Adichie
Edições ASA


Os limites do mundo da jovem Kambili são definidos pelos muros da luxuosa propriedade da família e pelas regras de um pai repressivo. O dia a dia é regulado por horários: rezar, dormir, estudar e rezar ainda mais. A sua vida é privilegiada, mas o ambiente familiar é tudo menos harmonioso. O pai tem expetativas irreais para a mulher e os filhos, e pune-os severamente quando se mostram menos que perfeitos.
Quando um golpe militar ameaça fazer desmoronar a Nigéria, o pai de Kambili envia-a, juntamente com o irmão, para casa da tia. É aí, nessa casa cheia de energia e riso, que ela descobre todo um novo mundo onde os livros não são proibidos, os aromas a caril e a noz-moscada impregnam o ar e a alegria dos primos ecoa.
Esta visita vai despertá-la para a vida e para o amor e acabar de vez com o silêncio sufocante que a amordaçava. Mas a sua desobediência vai ter consequências inesperadas...
 

 
"Uma história delicada e comovente
sobre uma jovem vítima da intolerância religiosa
 e sobre o lado negro do Estado nigeriano"
                                                                   J. M. Coetzee
 
 
 
Chimamanda Ngozi Adichie, nasceu a 15 de setembro de 1977 na Nigéria, tendo ido estudar para os Estados Unidos aos dezanove anos. Os seus contos apareceram em diversas publicações e receberam inúmeros galardões como o da BBC Short Story Competition em 2002 e o O. Henry Short Story Prize em 2003.
A nossa sugestão de leitura para este fim de semana foi o seu primeiro romance e foi distinguido com o Hurston/Wright Legacy Award 2004 e o Commonwealth Writers' Prize 2005, tendo também sido finalista do Orange Broadband Prize 2004 e nomeado para o Man Booker Prize 2004.
A autora foi também distinguida, em 2008, com um Future Award na categoria de Jovem do Ano e recebeu uma bolsa da MacArthur Foundation, considerada a "bolsa de génios", no valor de 500 mil dólares. A sua obra encontra-se traduzida em trinta e uma línguas.


Aceite a nossa sugestão de leitura
e tenha um Bom Fim de Semana


 
 

setembro 12, 2014

LEITURA DE FIM DE SEMANA



"Para que servem os livros senão para nos mudarem a vida?"
                                                                                     J. M. Coetzee
 
 
 
 
Ilustração de Tatsuro Kiuchi
 
 
As férias até já podem ter acabado, mas não os fins de semana.
E vamos passar o fim de semana
quer seja na praia ou no sofá sem um Livro?
É claro que NÃO.
 
 
 
Caro leitor, a nossa sugestão de leitura de fim de semana baseia-se em factos reais que o vão fascinar. O romance envolve um dos tesouros da Antiguidade, em cenários exóticos marcados pelo mistério e mantendo o suspense até ao último momento.

 
 
O Bibliotecário
De A. M. Dean
Editado pelo Clube do Autor

 
 
 

"Existe alguma prova clara de que a Biblioteca de Alexandria ainda existia
no tempo da conquista árabe ou de que essas tropas a destruíram?


Uma professora universitária, especialista em história das religiões, sonha com uma vida de aventuras, desconhecendo que o seu desejo está prestes a concretizar-se.
Arno Holmstrand, um reputado académico, deixa um conjunto de pistas à jovem professora momentos antes de ser assassinado. Emily inicia então uma busca tão inesperada quanto perigosa: a localização da biblioteca perdida de Alexandria. Durante sete séculos, o edifício guardou o maior património cultural e científico da Antiguidade. O mundo julga esse tesouro perdido para todo o sempre, mas as evidências levam Emily a questionar a história.
Decifrando as sucessivas pistas deixadas pelo misterioso guardião, Emily lança-se numa corrida contra o tempo para impedir que o paradeiro da biblioteca e a sua preciosa sabedoria caia nas mãos erradas.





O nosso amigo já escolheu o livro dele.
 
Visite-nos e leia o livro que escolhemos para si.
 
 
Bom Fim de Semana com Boas Leituras


setembro 11, 2014

11 de setembro de 2001

FAZ 13 ANOS QUE O  TERROR  VEIO  DO  CÉU 

A História está cheia de feitos heroicos e conquistas fantásticas, mas também de acontecimentos terríveis. O dia 11 de setembro de 2001 inscreve-se nesta categoria. Foram acontecimentos que introduziram o uso frequente de termos como TERRORISMO.
 
Terrorismo - s.m. Uso ou ameaça de violência, com o objetivo de atemorizar um povo e enfraquecer a sua resistência. Entre os atos mais comuns de terrorismo estão o assassinato, o bombardeamento e o sequestro.
In, Dicionário on-line de Português
 
Já muito se falou e escreveu sobre os acontecimentos de 11 de setembro de 2001.
Não vamos acrescentar mais nada. Vamos apenas recordar o que escrevemos em 2013, dado que o seu conteúdo continua na ordem do dia.
 

 
 
Um conhecimento mais profundo dos acontecimentos que ocorreram a 11 de setembro de 2001, ajuda-nos a compreender melhor a realidade atual e algumas das atrocidades que continuam a chocar o Mundo. 
Por isso, convidamo-lo a vir à Biblioteca Municipal e a requisitar um dos vários livros que possuímos e onde o tema é abordado, sob variadas perspetivas e suportes. 
 
 
A INFORMAÇÃO AJUDA-NOS A INTERPRETAR A REALIDADE.
 
VENHA À BIBLIOTECA MUNICIPAL
LEIA E MANTENHA-SE INFORMADO
 
 
 



 

setembro 04, 2014

MANUAIS ESCOLARES NA BIBLIOTECA

Com a proximidade de mais um ano letivo, aumenta a preocupação dos pais e encarregados de educação. Nesta fase, não é ainda o desempenho escolar dos filhos a preocupação que surge em primeiro lugar. Agora, a preocupação mais imediata, é a compra dos materiais e, sobretudo, dos manuais escolares. É uma fase preocupante e com forte impacto nos orçamentos familiares.


Quem tem filhos sabe do que estamos a falar.
É uma fase em que qualquer ajuda é bem-vinda.

Por isso, a Biblioteca Municipal, à semelhança dos anos anteriores, pode dar um pequeno contributo. Não aquele que muitas famílias gostariam de ter, mas aquele que nos é possível prestar.


 
A Biblioteca Municipal dispõe de alguns manuais escolares,
que pode ceder gratuitamente a quem deles necessitar.
 
São manuais que foram entregues voluntariamente por quem deles já não necessitava. Infelizmente, muitos deles já não constam da lista de livros adotados para este ano letivo. Mesmo assim, podem ainda constituir recursos e complementos formativos, com conteúdos perfeitamente válidos.
 
Os manuais encontram-se expostos no átrio da entrada
da Biblioteca Municipal.


PASSE POR CÁ.
SE PRECISAR, LEVE.
 

 


agosto 27, 2014

QUEM MATOU NOLA KELLERGAN?




Caro Leitor, aproveite os últimos dias de férias, escolha a melhor posição
 para ler o romance e saiba . . . quem matou Nola Kellergan!
 

"É muito invulgar, mas quando acontece é absolutamente excitante. Jovem ou velho, leitor exigente ou fácil de contentar, mulher ou homem, lerá sem interrupção, até à última página, o romance de Joël Dicker. Terminará de o ler exausto e exultante, graças ao jorro contínuo de adrenalina literária que o autor injetou continuamente nas suas veias..."
                                                                                                                  Le Figaro Littéraire

 
A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert
De Joël Dicker
Editado pela Alfaguara
 
 
Verão de 1975, Aurora. Nola Kellergan, uma jovem de quinze anos, desaparece misteriosamente da pequena vila costeira de Nova Inglaterra. As investigações da policia são inconclusivas. Primavera de 2008, Nova Iorque. Marcus Goldman, jovem escritor, vive atormentado por uma crise da página em branco, depois do seu primeiro romance ter sido um sucesso inesperado. Sente-se incapaz de escrever, e o prazo para entregar o novo romance expirará dentro de poucos meses.
Junho de 2008, Aurora. Harry Quebert, professor universitário e um dos escritores mais respeitados do país, é preso e acusado de assassinar Nola Kellergan, depois de o cadáver da rapariga ser descoberto no seu jardim.
Alguns meses antes, Marcus, amigo e discípulo de Harry, descobrira que o professor vivera um romance com Nola, pouco tempo antes do desaparecimento da jovem. Convencido da inocência de Harry, Marcus abandona tudo e parte para Aurora para conduzir  a sua própria investigação. O objetivo é salvar a sua carreira, escrevendo um livro sobre o caso mais quente do ano, e dar resposta à incógnita que inquieta toda a América: Quem Matou Nola Kellergan?


"Um bom livro, Marcus, é um livro que lamentamos ter acabado de ler."




Joël Dicker nasceu a 16 de junho de 1985 em Genéve, Suiça. A verdade sobre o caso Harry Quebert é o seu segundo romance, com o qual arrecadou vários prémios:
  • Prix da la Vocation Bleustein-Blanchet,
  • O Grande Prémio de Romance da Academia Francesa,
  • O Prémio Goncourt des Lycéens,
  • Prémio da revista Lire para Melhor Romance em língua francesa.


Tudo boas razões para nos visitar e assim terminar as férias envolto em mistério.

Esperamos por si





 

agosto 22, 2014

DEPOIS DE 40 ANOS, O REENCONTRO




 
Estela de Carlotto, de 82 anos, mítica líder da organização humanitária Avós da Praça de Maio, descobriu o seu neto desaparecido há quase quatro décadas. Ignacio Hurban, ou Guido, o seu nome de nascimento, submeteu-se a um teste de ADN e descobriu então que era filho de Laura de Carlotto e Waldir Oscar Montoya. Ambos eram membros da organização guerrilheira Montoneros e foram ambos assassinados pelo regime do general Videla.
 
 
 
 
 
A missão de Estela e das outras avós é de encontrar as crianças raptadas e ilegalmente adotadas durante a ditadura militar que governou a Argentina entre 1976 e 1983. Segundo organizações de direitos humanos, o regime sequestrou, torturou e assassinou cerca de 30 mil pessoas.
O tratamento para com os detidos era brutal. As mulheres grávidas só eram executadas depois de darem à luz. Eram-lhes então retirados os filhos, que eram adotados por famílias ligadas ao poder. Só então eram fuziladas, como foi o caso de Laura de Carlotto, em novembro de 1977.
8.000 é o número de argentinos que fizeram teste de ADN para saberem se os seus pais biológicos foram vítimas da Junta Militar.
Desde o aparecimento de Ignacio Hurban, as Avós da Praça de Maio já receberam centenas de novos interessados em fazer testes de ADN.
 
 
 
Assim como o mundo ficou emocionado com este
 reencontro familiar,
pode o Leitor emocionar-se também com a nossa
sugestão de leitura de fim de semana.
 


Da escritora argentina Elsa Osorio
Publicado pelas Edições Asa
Há Vinte Anos, Luz

 
 
 
 Luz Iturbe, argentina, viaja até Madrid para conhecer o pai, Carlos Squirru, e contar-lhe a sua história - uma história que começou em 1976, quando a Junta Militar ocupava o poder e os militantes de esquerda eram sequestrados, torturados e assassinados ...
Entrelaçando um amplo e representativo leque de personagens, pondo a nu aspetos desconhecidos da sociedade argentina nos tempos da ditadura, Há Vinte Anos, Luz constrói-se como uma história policial em que o suspense se mantém da primeira à última página. Mas também como uma história de amor - desse amor que obriga cada um dos protagonistas a tirar a venda dos olhos e a procurar obstinadamente a verdade.


"Que la literatura dé cuenta de la historia"
                                                                                     Elsa Osorio



 
 Elsa Osorio, nasceu em Buenos Aires em 1952. Amante de livros policiais, começou a escrever ainda muito jovem. Em 1983 ganhou o Prémio Nacional de Literatura da Argentina com o seu livro de contos Ritos Privados.
Há Vinte Anos, Luz, nossa sugestão de leitura para o seu fim de semana, já é considerado em clássico da literatura latino-americana, foi traduzido em mais de quinze idiomas e em breve será levado ao grande écran. Foi ainda finalista do prestigiado Prémio Femina em França e venceu o  Prémio da Amnistia Internacional.

 
 
 
 "Esta novela escrita contra el olvido es una novela que no se olvidará"
                                                                                                                      Der Spigel





Bom Fim de Semana
Com Boas Leituras


Ilustração de Karin Jurik
 

 

agosto 12, 2014

É PROIBIDO FALAR COM ESTRANHOS


É proibido falar com estranhos
Sinal de trânsito à entrada do
 Parque do Lago do Patriarca em Moscovo

É véspera da Páscoa em Moscovo dos anos 30 e véspera da Páscoa em Jerusalém no ano 33 D.C., antes da morte de Jesus Cristo. No centro de Moscovo, no Parque do Lago do Patriarca, dois escritores russos conversam sobre a existência de Jesus Cristo. E na figura de um elegante mágico, Woland, (baseado em Estaline)  o diabo aparece, dominando rapidamente a conversa. Conta descontraído um seu pequeno almoço com Kant, o frente a frente entre Pilatos e Jesus da Nazaré e garante a verdade da existência de Jesus Cristo, ao afirmar que presenciou a crucificação. Ponto de partida para a discussão entre o bem e o mal, sobre Deus e o Diabo, a coragem e a cobardia, a inocência e a culpa, o romance defende a liberdade de espírito num mundo que não é livre.
 
 
Mikhail Bulgakov,
escritor soviético, deixou como herança um dos maiores romances do século XX.
 
Margarita e o Mestre
é uma sátira impiedosa da Rússia soviética.
 
 
O romance, escrito em segredo, foi interdito durante quase 30 anos. Bulgakov tinha plena consciência que a sua obra-prima nunca poderia ser publicada durante a sua vida, foi publicada pela primeira vez após a morte de Estaline, como folhetim, numa revista, em 1967. Apesar de fortemente censurada, teve um enorme êxito.
 
 
Gato Behemoth e Koroviev em Moscovo

 
Margarita e o Mestre influenciou Salman Rushdie em "Os Versículos Satânicos"; na década de 1960, Mick Jagger foi influenciado pelo livro para escrever o tema dos Rolling Stones "Sympathy for the Devil"; os Pearl Jam em "Pilate"; os Franz Ferdinand em "Love and Destroy"; York Höller na ópera "Der Meister und Margarita" e na banda desenhada de Christophe Bec e Richard Marazano em "Zero absolu".
 
 
 
"Isso de um escritor que fica em silêncio não existe.
Se fica em silêncio, isso significa que nunca foi um verdadeiro escritor."
 
 
Mikhail Bulgakov, nasceu a 15 de maio de 1891 em Kiev, formou-se em medicina em 1916 e prestou serviço como médico de campanha no Exercito Branco durante a Guerra Civil Russa.
Exerceu a profissão de médico até 1920, altura em que decidiu dedicar-se inteiramente à literatura e ao teatro, apesar das dificuldades encontradas.
A sua recusa em fugir da sua pátria, ou de se tornar porta-voz da propaganda comunista, tornou-o, segundo ele, "o único lobo literário" da União Soviética. Muitas das suas obras foram reprimidas e em 1930, numa carta ao governo soviético, a pedir autorização para emigrar, Bulgakov traçou o destino que enfrentava como escritor proibido: " perseguição, desespero e morte".
A sua obra, quando era permitida a sua publicação, era muito popular. O seu grande êxito Os Dias dos Turbins, uma adaptação de um seu romance sobre a Guerra Civil, A Guarda Branca, estreou-se em 1926. Foi a primeira peça desde a Revolução a dar um retrato simpático dos Brancos contrarrevolucionários.  Sob coação, Bulgakov muda o título da peça e arranja um final simpático para a causa comunista. Tornou-se a peça favorita de Estaline que a viu 15 vezes e exigiu que a mesma passasse a fazer parte do repertório do Teatro das Artes de Moscovo, e apoiou a admissão do autor como encenador assistente nesse teatro,  possibilitando assim a  sua única fonte de rendimento.
Demitido em 1936, ocupou-se da escrita de Margarita e o Mestre até à sua morte a 10 de março de 1940.
Bulgakov não era um dissidente enquanto tal: sobreviveu na Rússia estalinista para escrever. Era um escritor vulgar e não um batalhador político e fez os seus compromissos com o regime  afim de sobreviver. Muitos escritores foram mortos por Estaline, mas, como Bulgakov escreveu, "Os manuscritos não ardem".


Koroviev, o gato Behemoh, Margarita, Woland e muitos outros esperam por si.
 

E Nós Também
 
Não Vá de Férias Sem Passar Pela Sua Biblioteca

 

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