abril 07, 2014

EL FUTURO DE LOS NIÑOS ES SIEMPRE HOY. MAÑANA SERÁ TARDE.

Foi, em 1945,  a primeira escritora latino-americana a ganhar o Prémio Nobel da Literatura.
Na cerimónia da entrega do prémio, foi apelidada de "rainha da literatura latino-americana"
 
 
 
Gabriela Mistral, pseudónimo de Lucila de María del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga, nasceu a 7 de abril de 1889, em Vicuña, Chile, foi poetisa, educadora, diplomata e feminista chilena. Escolheu Gabriela, por prazer, e Mistral, porque sentia ser o vento que soprava com força e tudo varria.
 
Teve uma vida marcada por terríveis perdas. Foi abandonada, ainda bebé pelo pai, a mãe morreu em 1929, o seu noivo suicidou-se em 1907 e, anos mais tarde, em 1943, o seu filho adotivo, Yin Yin, suicidou-se com arsénico.
 
"Alma tremendamente apaixonada, grande em tudo, depois de verter em vários poemas a dor da sua íntima desolação, encheu esse vazio com a preocupação pela educação das crianças, a redenção dos humildes e o destino dos povos hispânicos. Tudo isto, porém, são outros tantos modos de expressão do sentimento principal da sua poesia: a ânsia insatisfeita da maternidade, que é ao mesmo tempo instinto feminino e anelo religioso da eternidade"
                                                                                                             Federico de Onís




Em 1932 inicia a carreira diplomática. Foi nomeada cônsul em Nápoles, mas Mussolini recusa-a. Foi designada consulesa em Lisboa em 1935 e 1936. Esperava encontrar em Portugal um lugar calmo para se dedicar à sua escrita, mas o presidente chileno, Arturo Alessandri Palma, solicitou-lhe que ajudasse a resgatar médicos, intelectuais  e escritores fugidos da ditadura espanhola.
Com a colaboração de antissalazaristas, conseguiu vistos via Portugal para o Chile, de algumas dezenas de intelectuais republicanos. Miguel de Unamuno agradeceu-lhe ter conseguido fugir para França.
"Lisboa tem-me curado da dor da Espanha, mas não durmo a pensar na dor do povo que sofre a matança da Legião Condor".
 
 
Gabriela Mistral gostou de Portugal: "Neste Portugal encontrei paz, tendo um ano de felicidade, nada menos que felicidade". Aprendeu português, língua em que escreveu Repertório Americano e namorou-se da palavra saudade, que definiu como viver em estranheza do mundo.
 
 
Gabriela Mistral é exonerada das suas funções por Salazar, tendo que fugir do país.
 
 
 "Estamos em vésperas da Segunda Guerra Mundial e Gabriela sente-se deprimida pelo que se passa na Europa, ao mesmo tempo que dezassete países da América Latina a propõem para o Prémio Nobel. (...) Em dezembro desse ano, 1945, recebe das mãos do Rei Gustavo V, em Estocolmo, o Prémio Nobel da Literatura. No discurso de agradecimento Gabriela não esquece o povo português no meio de quem gostou de viver: " Por uma sorte que me ultrapassa, sou neste mundo a voz direta dos poetas da minha raça e a indireta das mui nobres línguas espanhola e portuguesa"
                                                                              In Mulheres Escritoras, de Maria Ondina Braga
 
 
 
Seu nome é hoje
 
Somos culpados
de muitos erros e faltas
porém nosso pior crime
é o abandono das crianças
negando-lhes a fonte da vida
Muitas das coisas
de que necessitamos
podem esperar. A criança não pode
Agora é o momento em que
seus ossos se estão formando
seu sangue também está
e seus sentidos
estão se desenvolvendo
A ela não podemos responder "amanhã"
seu nome é hoje.

                                                                                                       Gabriela Mistral
 
 

"Esta mulher canta a criança como ninguém o fez antes dela"
                                                                                                       Paul Valéry
  
 
Depois de uma doença prolongada, morreu em Nova Iorque a 10 de janeiro de 1957. No Chile, são declarados 3 dias de luto nacional e são prestadas homenagens em todo o continente americano.
 
Atualmente, no Chile,  é reconhecida como a maior poetisa nacional, onde existem ruas e museus com o seu nome.
Nas comemorações dos 60 anos da atribuição do Nobel, a 15 de novembro de 2005, o metro de Santiago, dedicou-lhe uma carruagem com o seu nome e com as suas fotografias.
Em setembro de 2009, entrou em circulação uma nova nota de 5 mil pesos com a sua imagem.
 
 
Não existe em Portugal muita informação sobre Gabriela Mistral, mas,
caro leitor,  na Biblioteca da sua Cidade pode requisitar o livro
 Mulheres Escritoras, de Maria Ondina Braga
 para ficar a conhecer melhor a vida e a obra da nossa homenageada de hoje.
 
 
 
Esperamos  pela sua visita
 
 
 
  

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