dezembro 13, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA





Caro Leitor, hoje é sexta-feira, mas também é 13!!
 
 
Para muitas pessoas o número 13 é considerado de sorte, mas a sexta feira 13 ficou conhecida como um dia de azar.
 
As superstições, acredite-se nelas ou não, fazem parte de muitas culturas. E não são poucos os que as cumprem à risca... porque nunca se sabe...
 
"À "sexta-feira, 13" não deves casar, nem barco ou avião tomar, nem em negócios entrar. Ou então, deves fazer tudo isso".  É outra forma de conjurar a má sorte e ... não deixa de ter o seu encanto mórbido.
 
Há pessoas tão supersticiosas que evitam pronunciar o número 13, preferindo em seu lugar, dizer 12+1. Outras, no entanto, têm uma fé cega neste número inquietante e apostam sempre nele. Não há dúvida que a superstição encerra tantos paradoxos como o próprio ser humano.
 
Sabia  que há quem não suporte sentar-se numa mesa de 13 comensais e peça por isso a um amigo para ocupar o lugar nº 14?
 
Sabia que há quem se recuse a habitar o 13º andar de um edifício e nunca dormem num quarto de hotel com esse número?


Mas como é que isto tudo começou?


A palavra escandinava Friadagr e a inglesa Friday, que significam sexta-feira, têm as suas origens numa lenda protagonizada pela deusa do amor, cujo nome é Friga. Quando as tribos nórdicas se converteram ao cristianismo, a personagem foi transformada numa bruxa exilada no alto de uma montanha. Para se vingar, Friga passou a reunir-se, todas as sextas-feiras, com outras 11 feiticeiras, e com o próprio Satanás, num total de 13 participantes, para rogarem  pragas sobre a humanidade.
Na Europa, a superstição é reforçada pelo relato bíblico da última ceia, eram 13 pessoas à mesa, na véspera da crucificação de Cristo – que aconteceu numa sexta-feira.




Num manuscrito do século XV, aparece um desenho, que parece indicar que a vassoura é o meio de locomoção preferido das bruxas.
 
Não se esqueça que passar por cima de uma vassoura dá azar, assim como emprestá-la a alguém ou queimá-la. A queda súbita de uma vassoura à nossa frente não augura nada de bom. Mergulhar uma vassoura em água é uma excelente forma de provocar chuva.




Como saber se nos encontramos
 perante uma bruxa?

É fácil de verificar, desde que disponha de uma balança. No prato direito, coloca-se uma Bíblia; no esquerdo a mulher suspeita. Se a balança inclinar para o lado desta, acabaram-se as dúvidas. Nem mais!...



"Um gato preto que cruze o seu caminho significa que ele está indo para algum lugar."
                                                                                                                       Groucho Max


"Azar é cruzar o caminho com um humano ignorante."
                                                                                  Gato Preto
 



Se o Leitor é dos que segue à risca as superstições, evite ter peixes em casa, sobretudo em aquários. Acusam-nos de darem muito azar.
Mesmo que o Leitor não acredite em superstições, não deixe de tocar em madeira...ao menos por precaução.


 
Ler bons livros é uma das manias mais didáticas e
divertidas.
 
Por isso, Caro Leitor, alimente a sua mania
vindo à Biblioteca Municipal.


Hoje a nossa sugestão de leitura de fim de semana não é um livro (não porque dê azar), mas sim vários, que o vão certamente ajudar a ultrapassar a crença em dias de mau agoiro e  que se encontram expostos no átrio de entrada da sua Biblioteca e que esperam por si.
 
 
   
Todos somos supersticiosos: uns mais ... outros, de mais!
 
 
   Tenha um Bom Fim de Semana
Esperamos por si


 
 
 
 
 
 
 


dezembro 12, 2013

FELIZ ANIVERSÁRIO SUSANNA TAMARO


"E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar".
                                                                  Susanna Tamaro, in Vai aonde te leva o coração
 
 
 
A escritora italiana Susanna Tamaro nasceu com uma pontualidade britânica: no dia 12, do mês 12, às 12 horas e 12 minutos de 1957, na cidade de Trieste. Após a separação dos pais, foi criada pelos avós maternos e cresceu a ouvir as histórias sobre as duas terríveis guerras mundiais que devastaram a região.
Terminou o ensino secundário e recebeu, em 1976 uma bolsa de estudo para frequentar o Centro Experimental de Cinematografia de Roma. A sua tese de licenciatura, em coautoria com dois colegas, foi uma curta-metragem de animação com o título L'Origine del Giorno e della Notte.
Em 1977 inicia o seu trabalho no cinema como assistente do cineasta Salvatore Samperi e na década de 80 trabalha para a televisão italiana.
Susanna Tamaro começou a escrever em 1978 e em 1981 tentou sem êxito publicar o seu primeiro livro Illmitz. Só em 1989 conseguiu publicar o seu primeiro romance, La Testa Fra Le Nuvole ( Com a Cabeça nas Nuvens) que venceu o Prémio Elsa Morante.
Seguiu-se, em 1991, Per Voce Sola (Para Uma Voz Só), que recebeu elogios do realizador Federico Fellini: "Só Dickens me conseguiu comover tanto". Foi galardoada com o Prémio Pen Club do mesmo ano.

 
 
Editou o seu primeiro livro infantil, Cuore di Ciccia (O Cavaleiro Lua Cheia) em 1992 e em 1994 publicou aquele que foi considerado o livro italiano de maior sucesso no século XX  Vá Dove Ti Porta Il Cuore (Vai Aonte te Leva o Coração), romance de justiça e perdão, em que o ódio e a intolerância se desvanecem com a reconciliação, foi galardoado com o Prémio Donna Cittá di Roma.
Este livro, "Vai Aonde te Leva o Coração", só em Portugal vendeu mais de 154 mil exemplares.
Esteve no nosso país em janeiro do ano passado para apresentar o seu mais recente romance "Para sempre".
Atualmente vive no campo em Orvieto, a uma hora de Roma, rodeada de animais, uma das suas outras paixões: 6 cães, 2 gatos, 3 cavalos e 1 burra, para além dos pássaros, coelhos,  galinhas e os peixes do seu jardim japonês. É cinturão negro de Karaté, especialista em origami e faz ponto-cruz para descontrair.
 
Não conhece a autora?
 
Mas gostava de conhecer?
 
Sabia que os  seus livros estão disponíveis na Biblioteca Municipal
 para empréstimo domiciliário?

 
 
Se no próximo sábado, dia 14 de dezembro, vier requisitar algum dos livros da nossa aniversariante, dirija-se ao nosso auditório e assista a partir das 15:30 à apresentação do livro


 
 
A FORÇA DA LUTA PELA LIBERDADE

de ALDA MARIA FERNANDES
Editora Folheto Edições & Design

 
A obra será apresentada pelo autor do prefácio, Eng. José Manuel Chaves, e pelo ilustrador Luís Barreiros.
 
 
 
 
 
Alda Maria Fernandes nasceu a 16 de fevereiro de 1946 na Ilha de S. Miguel - Açores. Ali completou o 7º ano no Liceu de Ponta Delgada e em 1967 veio para o continente, tendo concluído a licenciatura em Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Já publicou vários livros, entre os quais o romance "Caminhos de Esperança" apresentado em 2008 na nossa Biblioteca, e tem publicado em jornais da região de Leiria alguns textos e poemas.
 
 
ESPERAMOS POR SI!
 
 
 
 
 
 
 

dezembro 06, 2013

SUGESTÃO DE FIM DE SEMANA

Esta semana o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, foi notícia por ter inaugurado uma exposição de pintura, que resultou de um acordo de cooperação estabelecido com o Museu do Prado de Madrid.



Esta exposição intitula-se "Rubens, Brueghel, Lorrain. A Paisagem Nórdica do Museu do Prado", e é composta por 57 pinturas de paisagem do século XVII. São obras de mestres flamengos, holandeses e franceses, cedidas pelo museu espanhol e vão estar expostas até ao dia 30 de março de 2014.
 

Esta é a primeira vez que se faz em Portugal “uma exposição de paisagem da pintura antiga com esta dimensão", disse José Alberto Seabra, diretor adjunto do Museu Nacional de Arte Antiga, que se assume como o primeiro museu estrangeiro com o qual o Prado assina uma parceria para diversas iniciativas, desde exposições a investigação.

A exposição está dividida em nove núcleos, correspondentes às diversas tipologias da paisagem, surgidas na Flandres e na Holanda. "Paisagem Alpina", de Tobias Verhaecht, "A vida no Campo" e "A abundância", de Jan Brueghel, são algumas das obras que o público poderá ver no Museu Nacional de Arte Antiga. Deixamos aqui como exemplo duas pinturas do pintor flamengo do séc. XVI Jan Brueghel.




 
Este é um bom motivo para planear uma viagem cultural com a sua família, talvez no período que se aproxima das férias do Natal. E para o ajudarmos a planear essa viagem, nada melhor do que conhecer um pouco melhor o Museu Nacional de Arte Antiga.
 
Se pretender conhecer o Museu de outra forma, sugerimos-lhe que passe pela Biblioteca Municipal e requisite o livro:



ROTEIRO
MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA

Conceção e texto de Ana de Castro Henriques
Edição do Instituto Português de Museus


Este roteiro percorre a coleção do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), revelando inúmeras peças que integram o mais vasto acervo de obras de arte existente no país.
A variedade dos objetos, a extensão do horizonte temporal e a diversidade de origens geográficas permitem um sem-fim de explorações.
A visita sugerida neste roteiro começa com Pintura e Escultura portuguesas, prossegue com Ourivesaria, Cerâmica e Artes orientais, passa pela Capela das Albertas e termina com Mobiliário português, Pintura europeia e Artes Decorativas europeias.
Percorrendo o edifício através de setenta salas distribuídas por três pisos, ou folheando as páginas do livro que, de forma direta, o traduzem, o visitante ou o leitor acompanham o circuito da exposição permanente do museu.



"Implantado no eixo ribeirinho da cidade, na Rua das Janelas Verdes aonde chega a vibração das águas do Tejo e por onde paira a singular luz de Lisboa, o edifício do Museu Nacional de Arte Antiga conserva as marcas de origem, bem visíveis no exterior, e o cunho das transformações, percetível no interior."
in, Roteiro
 
 
  
A cultura e a arte são sinónimos de liberdade. 
Aproveite-as.


 Hoje registamos com tristeza o desaparecimento de um dos símbolos da luta pela liberdade.
Esperamos que esse desaparecimento seja apenas físico e que a sua obra em prol da defesa dos direitos humanos permaneça inalterável.
 
NELSON MANDELA
 
Já dedicámos o nosso blogue a Nelson Mandela. Vamos AQUI recordar.




TENHA UM BOM FIM DE SEMANA
 

 

dezembro 04, 2013

ELAS ANDAM POR AÍ!...

As fotografias que lhe vamos mostrar a seguir foram tiradas nos últimos dias. Apesar do frio, muitas foram as crianças que aqueceram o ambiente com a sua presença, sempre entusiasmada e bem disposta. Elas andam por aí!
 
 
POR ONDE? 
 
VEJA SE CONSEGUE IDENTIFICAR O LOCAL.
 
 
 
NÃO? TALVEZ AS FOTOS A SEGUIR O AJUDEM! ORA VEJA.
 
 
 
 
 
TAMBÉM NÃO?
NÓS CONTINUAMOS A AJUDAR!
 
 
 
 
 
 
SE AINDA NÃO CONSEGUIU IDENTIFICAR
ESTES ESPAÇOS, ENTÃO É PORQUE NÃO CONHECE A BIBLIOTECA MUNICIPAL.
 
Então está na hora de vir à biblioteca
e ver o que aqui se passa.
 
 
É assim que fazem muitas crianças, como as que estão nas fotos. Esta semana  já foram mais de 150, vindas dos jardins de infância de Casal de Malta e das Trutas, e assistiram à nossa Hora do Conto. E têm sido horas bem quentinhas! Começam com a visita habitual aos vários espaços funcionais da Biblioteca e terminam com a leitura animada de vários livros, tal como "A galinha Pimpona", uma galinha tonta que não queria ser apenas poedeira e branca, deslavada como as outras. Ela queria ser colorida e vistosa. Será que a galinha Pimpona conseguiu? É o que estes meninos descobrem, aqui, na sala infantil da nossa biblioteca. 
 
Faça como estes meninos, venha à Biblioteca.
 
Está frio? Não, os livros não têm frio!

 
 Ilustração de Tenso Graphics
 
 
 
 

NÃO ESPERE PELO NATAL PARA VIR À BIBLIOTECA MUNICIPAL 

 
 
 
 
 
 
 

dezembro 02, 2013

NEWSLETTER dezembro


O MÊS DE DEZEMBRO É UM MÊS DE FESTA, DE FAMÍLIA, DE CONVÍVIO E DE LEITURA.
POR ISSO, PREPARÁMOS UM CONJUNTO
DE ATIVIDADES PARA SI.
 
PASSE POR CÁ E PASSE A CONHECER
 
AQUI 






novembro 29, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA





Caro Leitor, lareira acesa espera por si.
Agora só falta "o tal livro" para lhe fazer companhia este fim de semana.
Encontra-o no lugar de sempre, na sua Biblioteca.



Dulce Maria Cardoso
é a autora, que lhe sugerimos para leitura de fim de semana, e o livro
"Os meus sentimentos",
editado pelas Edições Asa.



"CADA LIVRO É O QUE CADA LEITOR QUISER QUE ELE SEJA"
                                                                                                      Dulce Maria Cardoso



Dulce Maria Cardoso nasceu em 1964, em Trás-os-Montes, "na mesma cama onde haviam nascido a mãe e a avó". Tem pena de não se lembrar da viagem no Vera Cruz para Angola. Regressou a Portugal na ponte aérea de 1975. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa e hoje vive na capital portuguesa. A sua escrita está pautada por um pouco de tudo, já escreveu desde romances a contos e argumentos para cinema.
Estreou-se  em 2001 com "Campo de Sangue", escrito na sequência de uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura, tendo sido distinguido com o Grande Prémio Acontece de Romance.
Em 2008 publicou uma antologia de contos intitulada "Até Nós". Com o seu romance  "Chão dos Pardais", publicado em 2009, recebeu o Prémio Pen Club 2010. "Retorno", editado em 2011, sobre a experiência dos retornados de Angola, foi distinguido com o prémio especial da crítica LER/Booktailors 2011. Nesse mesmo ano, a escritora foi nomeada como uma das cinquenta personalidades mais influentes do ano. 
Os seu romances estão editados em França, Brasil, Argentina, Espanha, Itália, Holanda e têm sido objeto de estudo em várias universidades.


 
 "Escrevi sobre a morte, com o intuito de celebrar a vida.
Nada torna a vida mais urgente do que a proximidade da morte".
                                                                                                  Dulce Maria Cardoso



 
O seu segundo romance, Os Meus Sentimentos, que o leitor pode requisitar para ler à lareira, venceu o Prémio da União Europeia para a Literatura 2009.
Este ano, um monólogo da atriz Mónica Calle, a partir deste romance, fez a temporada da Culturgest, em Lisboa. Durante 5 horas, a atriz foi Violeta, a mulher que revive toda a sua vida, depois de ter sofrido um acidente de automóvel.

Refletida na gota, Violeta mergulha nessa eternidade e recorda o que pode ter sido o último dia da sua vida, e nesse dia, toda a vida, e nessa vida, os pais, a filha, a criada, o bastardo, e em todos, a urgência da vida prossegue indiferente como a estrada de onde ainda agora se despistou.
O presente perde a opacidade com que o quotidiano o resguarda e Violeta afunda-se nos passados de que é feita, uma espiral alucinada de transparências e ecos.
 


 


 
Dulce Maria Cardoso foi condecorada com o título Cavaleira das Artes e das Letras pelo Ministério da Cultura Francês devido ao seu trabalho na "irradiação da cultura em França e no Mundo".
O embaixador da França em Portugal, Pascal Teixeira da Silva, entregou as insígnias à escritora, na tarde do dia 17 de outubro de 2012, no Palácio de Santos. 
Esta condecoração, criada em 1957, é uma das mais altas distinções da República Francesa, tendo como objetivo recompensar aqueles que se distinguem pelas suas criações no domínio artístico ou literário e que contribuem para difundir a cultura em território francês.

 
 
"Tenho para mim que um livro morre nas mãos de um escritor quando
o acaba e é nas mãos dos leitores que ressuscita
e nesse processo há sempre um novo livro".
                                                                                                  Dulce Maria Cardoso

 
 
 
 

Bom Fim de Semana 

novembro 22, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA


"Escrever é uma forma de defender-me de mim mesma."
                                                                                                                Doris Lessing


Doris Lessing no dia em que ganhou o Nobel da Literatura, em 2007

Doris Lessing nasceu a 22 de outubro de 1919 em Kermanshah na Pérsia, atual Irão, é autora de uma vasta obra com mais de 50 títulos. Para além dos seus livros, ficou conhecida pela sua militância de esquerda, pelas suas posições anti-apartheid, anticolonialista e feminista.
Foi impiedosa nas críticas aos governos da África do Sul e do Zimbabué, tendo sido proibida de entrar nesses países. De 1956 a 1995 esteve impedida de entrar na África do Sul.
 
  


Doris Lessing e Black Madonna

 
Doris Lessing estudou em Salisbúria (hoje Harare, no Zimbabwe) numa escola dominicana, mas aos 14 anos abandonou os estudos, tendo continuado a sua formação por conta própria, lendo romances de autores ingleses e russos.
Abandona a casa paterna e sobrevive trabalhando como enfermeira, criada, telefonista e secretária. Casa aos 19 anos com Frank Wisdom, de quem teve dois filhos, mas o casamento não dura muito.
Em  1943, já divorciada, frequenta as reuniões do Left Book Club, um clube do livro organizado por intelectuais comunistas e adere ao Partido Comunista, proibido na colónia da Rodésia do Sul. É neste meio que conhece o seu segundo marido, o alemão Gottfried Lessing, dirigente do partido comunista da Rodésia. Mas este casamento também não dura muito e o casal divorcia-se em 1949.
Com dois casamentos falhados, Doris chega a Londres apenas com o filho do seu segundo casamento.



Muita da sua ficção tem uma forte componente autobiográfica e são muitos os livros que evocam as suas experiências em África, desde as memórias de infância, até às questões sociais e politicas em que se envolveu. A sua obra é um retrato do século XX, as suas contradições, conflitos e combates contra diversas formas de opressão.

Para além dos inúmeros prémios que ganhou, foi também laureada com o Prémio Príncipe das Astúrias em 2001.
Tentaram dar-lhe o título de "dama" (dame of the Britsh Empire), honra que recusou, argumentando que não existe qualquer império britânico.
 
Em 2007, com 88 anos, foi agraciada com o Nobel da Literatura. Também não se mostrou muito agradecida pelo Prémio Nobel e numa entrevista ao New York Times, em 2008, afirmou os suecos não têm uma grande tradição literária, e por isso tentam aproveitar ao máximo o Nobel”. E ironiza com a declaração do júri, que a considerou uma “épica da experiência feminina”. Afirmou não se rever no retrato e diz que imagina o sueco responsável pela frase a pensar para si próprio: “O que é que raio havemos de dizer desta? Ainda por cima não gosta que lhe chamem feminista. E então escrevinharam aquilo”.
Doris Lessing tinha 88 anos quando recebeu o Nobel da Literatura. O prémio nunca tinha sido atribuído a um escritor tão idoso. “Como não podiam dá-lo a alguém que já tivesse morrido, devem ter achado que era melhor darem-mo logo, antes que eu batesse a bota”, comentaria mais tarde.

O escritor sul-africano J.M. Coetzee, que conhece bem o mundo que moldou a obra de Lessing e que a precedeu quatro anos na lista dos prémios Nobel da Literatura, chamou-lhe "uma das maiores romancistas visionárias do nosso tempo".

 
Faleceu no passado dia 17 de novembro, aos 94 anos de idade.
 
 
 

É pois um dos inúmeros livros da autora
a nossa sugestão de leitura de fim de semana. 
 
Mas Qual?

É um livro que foi galardoado com o Prémio Literário W. H. Smith.

E não, não é um livro que fala das suas vivências em África.


Doris Lessing atraiu a fúria de muitos americanos ao sugerir que os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 não foram tão terríveis quando comparados à campanha do IRA (Exército Republicano Irlandês) na Grã-Bretanha.
É esse o tema do seu livro, o terrorismo praticado pelo IRA em solo inglês.  
Uma história passada na Grã-Bretanha da Srª Thatcher, que nos fala de Alice e do seu grupo de jovens amigos burgueses com ideias marxistas e das suas tentativas de ligação com o IRA. Um romance minucioso, arrojado e factual.
 
 
De Doris Lessing
A Boa Terrorista
Editado pelas publicações Europa-América
 
 
 

"Em a Boa Terrorista entramos no mundo da subcultura subsidiada dos grupúsculos marxistas da Grã-Bretanha contemporânea ... um entendimento, uma indignação e uma agilidade narrativa em que poucos tabus de esquerda ficam incólumes...magnífico."
                                                                                                                Sunday Times




Tenha um Bom Fim de Semana




 

novembro 20, 2013

EU ESCREVO LIVROS, POR ISSO SEI TODO O MAL QUE ELES FAZEM



Faz hoje 103 anos (segundo o calendário ocidental) que o autor desta frase morreu.
Calcula-se que cerca de 4 mil pessoas assistiram ao seu funeral. O número é impressionante, tendo em conta que as cerimónias decorreram na aldeia onde vivia, perto de Tula, e que as autoridades, devido às suas posições contra a igreja ortodoxa e contra o próprio império russo, proibiram leitores e admiradores de viajarem de Moscovo ou de São Petersburgo.


O Leitor já adivinhou que falamos de Leo Tolstoi (1828-1910),
 o escritor mais conhecido da sua época e um dos mais lidos no mundo.


Aos 26 anos escrevia no seu diário: "Sou feio, desajeitado, pouco asseado e sem verniz mundano. Sou irritadiço, desagradável para os outros, pretensioso, intolerante e tímido como uma criança. Sou ignorante. O que sei, aprendi-o aqui e acolá, sem seguimento e, mesmo assim, tão pouco. Sou indisciplinado, indeciso, inconstante, estupidamente vaidoso e violento como todos os homens sem caráter. Sou honesto, o que significa que gosto do bem: ganhei o hábito de o estimar e, quando me afasto dele, fico descontente comigo, e volto ao bem com prazer. Mas há uma coisa que prezo mais do que o bem: é a glória. Sou tão ambicioso que, se tivesse de escolher entre a glória e a virtude, acho que escolheria a primeira".


Engana-se o Leitor se pensa que vamos sugerir
a leitura de Anna  Karenina ou de Guerra e Paz.


O livro que vos sugerimos é na opinião de Gore Vidal "Um dos melhores romances históricos dos últimos 20 anos" e fala precisamente do último ano de vida de Leo Tolstoi até aos derradeiros momentos que se seguiram à sua dramática e desesperada fuga de casa, em outubro de 1910.


A última Estação
de Jay Parini
Editado pela Presença





Quase a chegar aos oitenta e dois anos, depois de uma vida marcada por uma vitalidade exuberante mas também por profundas dissonâncias, o autor de Anna Karenina e Guerra e Paz almeja apenas um pouco de sossego, longe dos repórteres e fotógrafos e dos conflitos no lar.  O livro é baseado nos diários daqueles que integraram o seu círculo mais próximo, cujas vozes ouvimos alternadamente, e também no legado do próprio Tolstoi.
Romance aclamado pelo público e pela crítica, venceu o George Washington Kidd Award, foi vendido para mais de 20 países e já foi adaptado ao cinema, tendo estreado nos Estados Unidos em janeiro de 2010.



O filme foi realizado por Michael Hoffman, com Christopher Plummer no papel de Tolstoi, Helen Mirren como Sofia, James McAvoy como Bulgákov, secretário particular de Tolstoi.
Helen Mirren foi indicada tanto ao Oscar quanto ao Globo de Ouro na categoria de atriz principal, e Cristopher Plummer teve as mesmas indicações na categoria de ator secundário.

Veja o trailer do filme AQUI





Jay Parini nasceu a 2 de abril de 1948. É professor de literatura inglesa e escrita criativa no Middlebury College, em Vermont, nos EUA. Autor de diversos romances, poesia, biografias e ensaios, colabora regularmente com o The Guardian, The New Yorker, The Atlantic, entre outros.
"Um romance é uma viagem por mar, um navegar por águas desconhecidas, mas naveguei tão perto quanto pude da costa dos acontecimentos literais que perfizeram o último ano da vida de Tolstoi. Sempre que Tolstoi fala neste romance, cito as suas palavras exatas ou, com menor frequência, crio um diálogo baseado em conversas relatadas indiretamente. Noutras partes, imaginei livremente o que pode, poderia ou deveria ter sido dito".




A Última Estação espera por si,
 Visite-nos


 

novembro 15, 2013

LEITURA DE FIM DE SEMANA



"Um livro destinado a tornar-se um clássico."
                                                                                USA Today

"Brilhante... É um daqueles livros que podem mudar a nossa vida..."
                                                                                      New York Times

"Uma leitura soberba. Uma leitura impossível de interromper."
                                                                                             The Guardin



Que melhor sugestão para leitura de fim de semana,
do que seguir a sugestão destes prestigiados jornais!!
 
 
 
O que é que estas imagens tem a ver com a nossa
sugestão de leitura de fim de semana?
 
 

 
 
Emily Watson, Sophie Nélisse e Geofrrey Rush, são os protagonistas do filme que estreia hoje, 15 de novembro, nos Estados Unidos da América e é baseado no livro que hoje sugerimos como leitura de fim de semana.
Por cá, temos de esperar até ao dia 13 de fevereiro de 2014.
 
 
O trailer do filme pode vê-lo AQUI.
 
 

 
Mas Caro Leitor, não precisa de esperar tanto..., só precisa de se deslocar à Biblioteca Municipal e requisitar o livro.
Sabia que este livro é recomendado para o programa de português do 9º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula - grau de dificuldade II?
Inicialmente classificado como juvenil, este livro tem conquistado leitores em todas as faixas etárias em 30 países.
 
 
 
A rapariga que roubava livros
de Markus Zusak
Editado pela Editorial Presença
 
 
 
 
 
 
"Molching, um pequeno subúrbio de Munique, durante a Segunda Guerra Mundial. Na Rua Himmel as pessoas vivem um dia-a-dia penoso, sob o peso da suástica e dos bombardeamentos cada vez mais frequentes, mas não deixaram de sonhar. A Morte, narradora omnipresente e omnisciente, cansada de recolher almas, observa com compaixão e fascínio a estranha natureza dos humanos. Através do seu olhar intemporal, é-nos contada a história da pequena Liesel e dos seus pais adotivos, Hans, o pintor acordeonista de olhos de prata, e Rosa, a mulher com cara de cartão amarrotado, do pequeno Rudy, cujo herói era o atleta negro Jesse Owen, e de Max, o pugilista judeu, que um dia veio esconder-se na cave da família Hubermann  e que escreveu e ilustrou livros, para oferecer à rapariga que roubava livros, sobre as páginas de Meín Kampf recuperadas com tinta branca, ou ainda a história da mulher que convidou Liesel a frequentar a sua biblioteca, enquanto os nazis queimavam livros proibidos em grandes fogueiras."
 
 "- Jesus, Maria...
Disse aquilo em voz alta, as palavras distribuídas por uma sala que se encontrava repleta de ar frio e de livros. Livros por toda a parte! (...) Era das coisas mais belas que Liesel Meminger já vira.
Sorriu, maravilhada.
Que existisse uma tal sala!"
 
 
 
 
 
Markus Frank Zusak, nasceu a 23 de junho de 1975 em Sydney. Este escritor australiano ficou famoso em todo o mundo devido ao seu best-seller "A rapariga que roubava livros".
O mais novo de quatro filhos de um austríaco e de uma alemã, Markus cresceu ouvindo histórias sobre a Alemanha nazi, sobre os bombardeamentos sobre Munique, sobre as marchas de judeus.
Para escrever este livros fez inúmeras pesquisas na Alemanha e visitou o campo de concentração de Dachau. Algumas destas histórias são recordações de infância da sua mãe.
Este é o seu quinto romance e foi distinguido com vários importantes prémios e nomeações internacionais. Permaneceu 40 semanas no top dos livros mais vendidos do New York Times, tendo chegado ao 1ºlugar.
"Nós temos as imagens das filas de garotos e dos "Heil Hitlers" e temos a ideia que toda a Alemanha compartilhava dessa ideologia. Mas havia crianças rebeldes e pessoas que não seguiam essas regras e que esconderam judeus e outras pessoas nas suas casas. Este é o outro lado da Alemanha nazi." referiu Zusak numa entrevista ao The Sydney Morning Heral.
 
 
 
 Tenha um Bom Fim de Semana
na companhia dos habitantes da Rua Himmel

 

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