novembro 15, 2017

TINHA SETE ANOS E JÁ VIVIA COMO RAPAZ




"Eles mandam raparigas como eu para o manicómio - ou, simplesmente, apedrejam-nas até à morte. As mais afortunadas poderão vir a casar com um elemento de uma tribo rival, para contaminarem o sangue da tribo."



Maria Toorpakai Wazir, nasceu a 22 de novembro de 1990, numa Área Tribal do Paquistão, numa zona repressiva e violenta, onde a simples ideia de mulheres serem atletas profissionais é considerada haram (proibido).
Desde sempre amante do desporto, treinou e competiu disfarçada de rapaz em diversas ocasiões.
No entanto, Maria, fruto de uma união singular, foi desde tenra idade incentivada a viver como rapaz - a sua família, e em particular o pai, sabiam que só assim ela conseguiria evoluir enquanto ser humano. É a melhor atleta feminina do Paquistão em squash.
A sua irmã, Ayesha Gulalai, é um dos membros femininos mais proeminentes da Assembleia Nacional paquistanesa.


 "Eu cresci com a prática aceite de que as mulheres pastós se mantinham em casa, aventurando-se apenas a pôr um pé na rua quando devidamente envelopadas dos pés à cabeça com vestimentas chamadas abayas ou burcas, ou longos xailes chamados xadores. E sempre acompanhadas por um homem - ou um simples rapazinho -, constantemente a seu lado.


É a história desta mulher de 26 anos, cujo desporto foi a tábua de salvação de uma existência submetida ao purdahque hoje divulgamos.


Uma filha diferente retrata a jornada angustiante de Maria, desde que lhe foi permitido viver como rapaz até à descoberta do desporto, como forma de emancipação - primeiro, o halterofilismo, ainda sob "disfarce", e mais tarde o squash, a sua verdadeira paixão. No entanto, a visibilidade nacional, fruto de um rio de sangue, suor e lágrimas, significou também uma sentença de morte: as luzes da ribalta colocaram-na, e à família, na mira dos talibãs paquistaneses. A única hipótese de sobrevivência de Maria é fugir do país. Graças ao desporto, que tanto ama, alcança finalmente o seu sonho: ser uma campeã e uma voz ativa em defesa dos mais elementares direito das mulheres. 
"E, sobretudo, quero agradecer ao povo amante da paz do Canadá, por me terem recebido na sua bela nação - tornando-a para mim um lar seguro longe do meu próprio lar".
                                                                                                                     Maria Toorpakai












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