dezembro 01, 2015

SÁBADO? DIA UM DE DEZEMBRO

"É um dia especial da História portuguesa - infelizmente, muito mal tratado. Houve quem o retirasse de feriado - acho que é uma coisa miserável contra a cultura e a História portuguesa, porque foi a única vez em que um grupo de homens, sem exército, apenas com o povo de Lisboa por trás, enfrentou o maior império e exército do mundo."
Moita Flores

Proclamação de D. João IV como rei de Portugal, por Columbano Bordalo Pinheiro

"- É o momento certo. Está combinado que espalharemos a notícia para que o povo se concentre no Terreiro do Paço e, enquanto a multidão se junta, desencadearemos o golpe - esclareceu o alcaide. (...)
- Dia um de Dezembro, não é verdade? (...)
- Vai ser longa a espera, Santo Deus! - pensou em voz alta. Decidido, voltou-se para os dois amigos e ditou a sua decisão: - Muito bem. Digam-lhes da minha parte que seja sábado, dia um de Dezembro."
In 
O Dia dos Milagres



O dia 1 de Dezembro de 1640 foi um momento único na História de Portugal. Um punhado de fidalgos, apoiado pelo povo de Lisboa, enfrentou o mais poderoso império do mundo. E devolveu a dignidade a Portugal. São os preparativos dessa saga extraordinária que percorrem as páginas deste romance apaixonante, terno, para que a memória coletiva não esqueça aquilo que os novos servos do nosso tempo esqueceram, julgando Portugal do tamanho de um mero livro de contabilidade.


"Sebastião não morrera, nem fora agrilhoado. Andaria perdido ou, como a maioria acreditava, em peregrinação pelos lugares santos, até que haveria um tempo em que regressaria. (...)
Era tão grande a dor que quando Filipe II assumiu a Coroa de Portugal foi apenas recebido com um baque de amargura. Tomava um país submisso, empobrecido, que se arrastava sob o peso das feridas antigas e aceitava o destino como uma desculpa reconfortante. (...)
- Continuemos os trabalhos. Tenho a certeza de que, quando chegar a hora, D. João estará no lugar que lhe destinámos! (...) 
- Os portugueses, os descendentes de Afonso Henriques, não merecem isso. As nossas caravelas construíram um imenso império e, maior do que tudo, difundimos uma língua nossa. Há pouco mais de trezentos anos que se fala português. Há mais de um século que se ouve português  pelo mundo."

Fotografia de José Frade
Francisco Moita Flores nasceu em Moura da 23 de fevereiro de 1953 onde estudou até aos 15 anos, tendo continuado os seus estudos em Beja. Em 1975 fez o bacharelato em biologia, tendo sido professor do ensino secundário nessa mesma área até 1978. Anos em que ingressou na Polícia Judiciária e onde se manteve na brigada de furto qualificado, assalto à mão armada e homicídios até 1990. Várias vezes louvado, afasta-se daquela instituição para se dedicar à vida académica tendo-se licenciado em História na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Regressa novamente à Polícia Judiciária com a finalidade de proceder aos estudos e avaliações do movimento criminal. Os doze anos como inspetor da Polícia Judiciária foram fonte de inspiração para os seus romances, tendo inclusivamente alguns deles sido adaptados para televisão.
Francisco Moita Flores já escreveu 17 romances, 22 séries para televisão, 4 novelas, 8 filmes e 5 peças de teatro, para além da sua colaboração regular em vários jornais e revistas.
A crítica considera-o como o melhor argumentista nacional, tendo sido distinguido no país e no estrangeiro pela qualidade da sua obra.
Em 2009 foi condecorado pelo Presidente da República com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pela carreira literária e pública.

Para além do livro que hoje divulgamos, pode encontrar o Leitor 
na sua Biblioteca os seguintes títulos para empréstimo domiciliário:

  • Ballet Rose (em co-autoria com Felícia Cabrita)
  • Filhos da Memória do Vento
  • A Fúria da Vinhas


Esperamos por Si




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