dezembro 28, 2012

FELIZ 2013 PARA TODOS



RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa 
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto a pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

                                                                                           Carlos Drummond de Andrade



Os funcionário da Biblioteca Municipal
 da Marinha Grande
desejam a todos os seus leitores



E aos nossos leitores 
que dos 5 cantos do mundo também nos leem 



Urte Berri
 Feliç Any Nou
 Sretna Nova godina
 Godt Nytår
 Šťastný Nový Rok
Feliz Año Nuevo
Joyeux Nouvel An
 Happy New Year
 Buon anno
Gëzuar Vitin e Ri
 Gelukkig Nieuwjaar
 Godt Nyttår
Glückliches neues Jahr
 La mulţi ani
 Gott Nytt År
 Šťastný Nový Rok
Yeni Yılınız Kutlu Olsun




Esperamos continuar 
a contar consigo  em 2013

dezembro 26, 2012

O DIA SEGUINTE


O ano passado foi assim




Este ano, a situação mantem-se igual... 
E o mesmo se repetirá 
nos anos seguintes....





Leitor, respire fundo e conte até 10, 
porque hoje é dia de roupa-velha





  1. Utilize os restos da ceia de Natal, ou coza o bacalhau, as batatas, as couves e os ovos. Lasque o bacalhau e corte aos bocadinhos as batatas, a couve e os ovos.
  2. Leve ao lume o azeite com os dentes de alho picadinhos e deixe alourar. Junte depois tudo o que cortou e deixe aquecer mexendo de vez em quando. Coloca-se tudo numa travessa e decora-se com ovos cozidos.
Nota:
Prato típico de Portugal, roupa-velha começou por ser um prato feito com as sobras da ceia de Natal. Atualmente esta receita de roupa-velha é uma tradição em quase todas as famílias portuguesas.
A origem do nome deste prato deve-se ao aspeto que tem quando é levado à mesa: uma mistura de cores e pedaços de comida, todos envolvidos uns com os outros.


Feliz Ano Novo




dezembro 21, 2012

A TODOS UM FELIZ NATAL



Segundo a profecia Maia, o Mundo acaba hoje... 
Mas...




Mas há quem fique aliviado...
por o mundo acabar hoje
 e não a 23 ou 24 de dezembro...



Há ainda quem tenha a solução...



Não foi desta, e assim sendo...

Os funcionários da Biblioteca Municipal 
da Marinha Grande desejam 
a todos os seus leitores e utilizadores 

Um FELIZ NATAL




FELIZ NATAL

dezembro 20, 2012

O GREAT RABBIT, O BELCHIOR, O BALTASAR E O GASPAR


O Natal está quase a chegar e as preocupações com a
 Árvore de Natal, o Presépio, a Iluminação de Natal,  os Presentes, a Ceia de Natal e o Almoço de Natal quase não lhe deixam tempo livre.


Por isso antecipamos a sugestão de leitura de fim de semana 
para hoje.
Não vamos sugerir um livro, mas antes um Conto de Natal
do escritor José Viale Moutinho, publicado no Jornal de Letras de 14/12/2011.



As Hesitações dos Reis Magos

Ouro, incenso e mirra, os Reis Magos mastigavam as palavras, procuravam atropelar os conceitos enquanto bebiam chá de termo que Belchior colocara numa pedra. 
Baltasar já apresentara a proposta de, a partir daquele oásis, irem num só camelo. 
Gaspar dizia que o Menino não repararia na falsidade do ouro, o Carpinteiro também não distinguiria o areão amarelo do pechisbeque e Maria estaria preocupada com outros problemas na miserável cabana em que viviam.


Depois, como não se tratava de uma Fábula, mas de um Conto de Natal, nem a Vaca nem o Burro poderiam falar. Além disso, a Vaca era a eterna enganada, daí os cornos, e o Burro era mesmo burro.
Depois, o incenso sempre foi algo incómodo para os humanos, mesmo nos templos, e a mirra... sugeriu Belchior: Aposto que nem o tipo que está a escrever isto sabe o que é!
Baltasar, amargo, concluiu: Que merda de Natal o deste ano, pois vocês sabem o que me aconteceu?
Gaspar respondeu logo que decerto acontecera o mesmo a todos: os seus réditos haviam sido confiscados pela metade pelo Great Rabbit da Galileia, o que lhes condicionava as homenagens ao Rei dos Reis do costume.
E o que dirá o puto quando nos vir chegar num só camelo e com tão miseráveis prendas?
Belchior, em trejeito infeliz, aventou que a Criança Divina faria birras, mas decerto já adivinhara o que se passara no Celeste Reino Fiscal. E o Senhor Deus, lá em cima, o que sabe tudo, seu pai, com os seus trovões, raios e coriscos, não nos castigará?
Ora, tentou explicar Gaspar o mistério da omnipotência, e Ele não foi quem inventou o Great Rabbit? Também tem culpas no cartório!


Ora se tem, o magano! Mas, ó meu querido irmão Gaspar, quem se trama somos nós, o grande Deus assobia para o lado e o Menino está-se nas tintas: aos 33 deixa-se crucificar, morrer e enterrar e ao terceiro dia desanda para o Céu e nós ficamos a braços com o Great Rabitt
E o carpinteiro? Esse sai de circulação, como sempre.
E a Mãe? Demora, mas também ascende.
E a Vaca? Nunca se sabe o que lhe acontece.
E o Burro? Esse vai dar uma volta até ao ano. 
O único que quase se safa é um tal Herodes, que se entretém a matar criancinhas, mas não acerta naquela que quer apanhar, no Rei dos Reis. Então vou ali à tenda daquele judeu que está a rir-se e já venho. Vou saber preços.

E assim como foi, Belchior veio, mas escandalizado: O ouro não subiu de preço, mas ele compra e não vende, o que subiu foi a taxa, que vai em 57%, o incenso a 49.6% e a mirra só de importação, só para março. Tem ali um pedacinho do ano passado, mas a taxa é a 87%, e por ser para nós.
Disseste-lhe quem somos?
Por isso mesmo. E aluga-nos estábulo para os dois camelos.
E que lhe disseste?
Que fosse à merda.
E ele?
Que queria lá saber, que o que mais há são reis magos, magros, ou coisa assim. Por causa da crise. Então é melhor irmos andando para a Nazaré.
Vamos lá. Mas, ó Belchior, a estrela que nos guia está a ir para a esquerda e nós para a direita. 
Gaspar, meu irmão, mas queres cumprir a tradição ou obedecer às diretrizes do Great Rabbit?
E Gaspar, titubeante, quis saber se o Great Rabbit pensava por si ou tinha um chip da Maior Ângela que Ele. Mas nem os magos nem o camelo souberam responder. 
Porém, ao longe, os chacais do orçamento estavam atentos.



FELIZ NATAL

dezembro 18, 2012

A FILHÓ DOURADA



Sonhos, filhós, rabanadas, bolo-rei e muitas outras 
iguarias fazem parte da mesa de consoada.

Quem resiste?

Deixamos de lado as dietas, 
pois Natal sem doces não é Natal e em 2013 
começamos então, com a... dieta. 
E livros de receitas sem açúcar, sem colestrol, 
não faltam na Biblioteca Municipal.



Filhó Dourada

Douradas, muito douradinhas são elas todas, empilhadas na travessa, como um castelo por conquistar.
As últimas são as melhores. Têm mais açúcar, desfazem-se mal lhes tocamos... A gente pega delicadamente numa das que sobram, dá-lhe um impulso que a ponha a deslizar na travessa, para ensopar bem e, num gesto rápido, sem pingar a toalha, mete-a na boca. O estalar dela, de encontro aos nossos dentes, é música com açúcar.



Naquela ceia de Natal, todos tinham comido filhós.
- Estão uma delícia - comentavam.
E, porque estavam uma delícia, não tinha sobrado senão uma, no fundo da travessa.
Era uma ilha minúscula e redondinha, rodeada por um mar de açúcar. Todos os olhos fitavam a filhó, que estalava em reflexos de oiro. Uma tentação.
À roda da mesa, diziam para o avô:
- Só ficou uma filhó. Porque não a come?
O avô, então, vira-se para a avó e segredava-lhe:
- Come tu, anda lá.
A avó não queria.
- Comam vocês - dizia ela, apontando para a filhó e para os filhos.
- Eu já comi muitas - desculpava-se um.
- Também tenho a minha conta - dizia outro.
- Nem mais um bocadinho - declarava um terceiro.



Parecia que nenhum queria tomar a responsabilidade de comer a filhó. No entanto, ela lá estava muito dourada, a recortar-se no meio da calda de açúcar. Apetecia mesmo ver e ... comer.
Mas, à volta da mesa, não se decidiam. E a filhó, a última filhó, andava de boca em boca, sem se fixar na boca de ninguém. De oferta em oferta, chegou a vez da tia Luísa propor:
- Os pequenos que comam. Sempre quero ver qual dos meus sobrinhos chega primeiro à filhó.
Os meninos não se precipitaram sobre a filhó apetitosa, como seria de esperar. Cada um ficou à espera do primo ao lado, e o primo ao lado do outro primo ao lado... Fosse por acanhamento ou fosse por que fosse...
- Afinal ninguém a come - observavam do outro extremo da mesa. - Esta filhó deve ser mágica.
Olharam uns para os outros e sorriram.
A ceia estava no fim. Os meninos tinham sono. O avô cabeceava. Começou a ouvir-se o arrastar das cadeiras. Era a debandada.
- Amanhã arruma-se a casa - disse a tia Luísa, e apagou a luz da sala de jantar. 
Quando todos já se tinham ido embora, a filhó, no lusco-fusco, ao meio da mesa, começou a brilhar. Intensamente. Acreditem ou não, como se tivesse luz dentro. Como um pequeno sol ou um bocadinho de oiro, a desfazer-se em açúcar.
                                                                                                                       António Torrado



Naquela casa sobrou uma filhó. 
Mas, se o leitor fizer a receita de filhós de abóbora 
que aqui lhe deixamos para a sua ceia de Natal... 
nem uma vai sobrar.


Ingredientes:
- 2 Kg de abóbora-menina
- 15 gr. de fermento de padeiro
- 2 laranjas grandes
- 5 ovos
- 400 gr. de farinha
- 20 colheres de sopa de açúcar
- óleo para fritar
- açúcar e canela para polvilhar

Preparação:
Corte a abóbora em pedaços e coza em água temperada com sal. Escorra-a muito bem, apertando-a com as mãos. Mude a polpa para um alguidar e junte-lhe o fermento e o sumo das laranjas. Adicione os ovos e misture com a mão, até ficarem bem incorporados.
Aos poucos, vá acrescentando a farinha e o açúcar (a quantidade certa de farinha depende muito do tamanho dos ovos e das laranjas).
Adicione as raspas da casca das laranjas.
Tape o alguidar com um pano e deixe levedar em lugar seco. Passadas 1H30 a 2 horas, frite a massa com a ajuda de duas colheres em óleo bem quente numa frigideira funda.
Retire as filhós com uma escumadeira e escorra o excesso de gordura.
Coloque numa travessa e polvilhe com açúcar e canela.



Boas Festas



dezembro 14, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA


"A vida é aquilo que acontece 
enquanto fazemos planos para o futuro"
                                                                                                                        John Lennon



Já lá vão 32 anos, que a 8 de dezembro de 1980
John Lennon foi assassinado à porta de casa, 
o edifício de apartamentos Dakota de Nova Iorque.

John Lennon e Yoko, fotografados
por Annie Leibowitz, no dia em que foi assassinado

Mas tudo começou uns dias antes...

"A 27 de outubro, Chapman comprou um revolver em Honolulu. Fez uma breve visita ao pai, em Atlanta, e viajou depois para Nova Iorque. Como contou ao psiquiatra do tribunal, lutou aí durante dias com "espíritos maus" que o tentavam convencer a assassinar John Lennon. Chapman perdeu o combate a 8 de dezembro de 1980. Postou-se à porta do edifício Dakota com as suas cassetes dos Beatles, um exemplar de Double Fantasy, o romance de Salinger e o seu revólver.
Pelas cinco da tarde, John e Yoko saíram para irem para o estúdio de gravação. Chapman pediu a John um autógrafo na capa do disco. John assinou e entrou na limusine, que estava à espera. Chapman ficou extasiado: "Espera só até as pessoas verem isto no Havai!". 
Às dez para as onze, quando John e Yoko voltaram do estúdio, Chapman continuava à espera. Normalmente, a limusina entrava pelo portão para o pátio interior do Dakota. Naquela noite, John mandou parar o carro junto ao passeio e fez a pé a curta distância até à entrada.
Chapman chamou: "Mr. John Lennon?" John virou-se, pestanejando para conseguir ver na escuridão. Chapman disparou cinco vezes - cada um dos tiros teria sido fatal. John deu ainda uns passos na direção de Yoko e depois gritou: "Fui atingido!"

Caro leitor, 
é a biografia de John Lennon que hoje lhe sugerimos 
para leitura de fim de semana

Depois da azáfama das compras de natal, 
o sofá,  a lareira acesa e um livro é o que necessitamos!

John Lennon 
De Alan Posener
Editorial Sol


John Lennon é uma referência indiscutível da música popular moderna, detentor de uma genialidade inegável como interprete e compositor, aliada a uma personalidade carismática. A notória proeminência social e política que alcançaram as suas mensagens de paz, concórdia e amor, foram o reflexo de uma honesta, visceral e íntima projeção pessoal.

"John Lennon nasceu na noite de 9 de outubro de 1940, durante um ataque aéreo alemão. Pouco depois do parto, uma bomba explodiu mesmo ao lado do hospital e o bebé teve de passar o resto da noite debaixo da cama de Julia, sua mãe, para se proteger do estuque que caía do teto. Isso pode explicar porque é que Julia, em geral totalmente apolítica,  decidiu, num ataque de patriotismo, dar ao filho como segundo nome Winston, em memória de Winston Churchill, o salvador da Grã-Bretanha"


O que se passou entre o 
dia 9 de outubro de 1940 e o dia 8 de dezembro de 1980 
está disponível na Biblioteca da sua cidade para empréstimo domiciliário. 

Visite-nos 




 Bom Fim de Semana 



dezembro 13, 2012

TEM MESMO A CERTEZA QUE QUER AJUDA PARA FAZER A ÁRVORE DE NATAL?


Uma ajuda para fazer árvore de natal e para decorar as nossas casas nesta quadra é sempre bem vinda mas, o leitor certamente está lembrado do que aconteceu
 no ano passado!

Não se lembra?

Não se lembra do estado em que ficou a árvore de natal do Simon quando o gato entrou na sala?

Recorde AQUI.


Pois este ano, foram os duendes que quiseram ajudar a fazer a árvore de natal e o resultado foi este:


Não desanime leitor, 
o escritor António Torrado vai-nos dizer 
como enfeitar a árvore de natal lá em casa:


A estrela de prata

Numa árvore que eu cá sei - que nós sabemos - estão uma estrela de prata e uma bola de cristal.
- O que fazemos aqui? - perguntou a estrela.
- Estamos a enfeitar - respondeu a bola.
- O que é enfeitar? - perguntou a estrela.
- É fazer vista, ornamentar, alindar...- respondeu a bola de cristal.

Passou-se um tempo e a estrela perguntou de novo:

- Porque estamos a enfeitar?
- Porque esta árvore não é como as outras. Os frutos dela são raros. Aparecem um dia, luzem o seu quê, conforme sabem ou podem, e depois são colhidos e guardados, até para o ano.

A bola de cristal tinha muita experiência de outros Natais, ao passo que a estrela era nova, de prata fresca, e não sabia quase nada.  Mas tinha ouvido falar que havia estrelas cadentes, estrelas que caem do céu e no céu desaparecem, num sopro de luz.

- Não serei uma dessas? - perguntou à bola.
- Talvez sejas, talvez não sejas... Mas não experimentes.



Passou-se um tempo mais, e a estrela guardou para si aquela ideia, uma ideia pequenina. "Não experimentes", dissera-lhe a bola. E se experimentasse? Foi o que fez.
Caiu, num susto, mas como era leve, inocente e frágil, uma corrente de ar, vinda de uma porta aberta, algures, levou-a consigo.
Levou-a consigo e fê-la poisar, sem estrago, no fofo musgo.
- Olha, é a estrela da gruta - disse alguém que estava a armar o presépio.
E estrela do presépio ficou.


Donde estava, onde a puseram, via o presépio, os pastores, os reis magos, as lavadeiras com a trouxa à cabeça, as leiteiras com a bilha à cinta, os vagabundos, o moleiro, o azeiteiro e todo o povo do presépio e mais as pessoas de carne e osso, que vinham admirar aquela lindeza, sorrir para o Menino Jesus e olhar para a estrela, suspensa do alto da gruta.
Estrela de oito pontas que era, a apontar em todas as direções, nem ela sabia para onde, brilhou imenso.
Brilhou o mais que pôde.
Para o ano, a estrela de prata já tem muito que contar à bola de cristal.



Tenha um FELIZ NATAL

dezembro 11, 2012

FELIZ ANIVERSÁRIO MANOEL DE OLIVEIRA


"O cinema só trata daquilo que existe, não daquilo que poderia existir. Mesmo quando mostra fantasia, 
o cinema agarra-se a coisas concretas. 
O realizador não é criador, é criatura"
                                                                              Manoel de Oliveira, in DN em 09/05/2004




Manoel de Oliveira, o mais velho realizador ainda em atividade, faz hoje 104 anos. Tem um percurso que é considerado fundamental na história do cinema português, embora nem sempre consensual e nem sempre compreendido pelo público, mas unanimemente elogiado pela crítica. 

O realizador termina este ano com a estreia do filme "O gebo e a sombra", que passou no festival de Veneza, e pela rodagem da curta-metragem "O conquistador conquistado", a convite de Guimarães Capital Europeia da Cultura".



Este ano, o ano parlamentar abriu oficialmente (19/09/2012) com uma sessão de cinema em que foi exibido o seu mais recente filme, "O gebo e a sombra". E perante cerca de 200 pessoas, onde se encontravam Eduardo Lourenço, Maria Barroso, Pilar del Rio, Io Apoloni e Glória de Matos, o ex-ministro da Cultura Pedro Roseta, o ex-secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, Luís Miguel Cintra e Leonor Silveira, atores intimamente ligados ao cinema do homenageado, o realizador, ainda debilitado devido a problemas de saúde,  tomou a palavra: 
"Neste tempo de crise que atravessamos, economizarei nas palavras para agradecer à Assembleia da República esta grande honra que me concedeu. Muito Obrigado." 
Oliveira terminou o seu agradecimento, erguendo  um pouco a voz para dizer, numa simples frase, que para ele é tudo: "Viva o Cinema"


Oliveira na rodagem de uma curta em Guimarães, 2012

"Não existem cinco cineastas 
que sejam tão livres assim"
                                                                 Miguel Marías, ex-diretor da Cinemateca Espanhola

Manoel de Oliveira insiste em dizer que só faz filmes pelo gozo de os realizar, independentemente da reação dos críticos. Apesar das inúmeras condecorações nos mais prestigiados festivais do mundo, tais como o Festival de Cannes, (em 2008, foi congratulado e felicitado pessoalmente por Clint EastwoodFestival de Veneza ou o Festival de Montreal, leva uma vida retirada e longe das luzes da ribalta.

Os seus atores preferidos, com quem mantém uma regular colaboração são Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira, Diogo Dória, Rogério Samora, Miguel Guilherme, e mais recentemente, o seu neto, Ricardo Trepa. Mas atores estrangeiros, como Catherine Deneuve, Marcello Mastroianni, Chiara Mastroianni, John Malkovich, Michel Picoli, Irene Papas, Lima Duarte ou Marisa Paredes participam nos seus filmes.

Atualmente tem outros dois filmes em projeto, ambos a aguardar financiamento: 
  • "O velho do Restelo", inspirado em textos de Luís de Camões, Teixeira de Pascoaes e Cervantes
  • "A igreja e o diabo", a partir de contos de Machado de Assis.
O seu regresso às filmagens deverá acontecer nos próximos meses 
e a estreia será em 2013.


" O cinema é a motivação para Manoel de Oliveira 
viver e não ficar em casa de chinelos a ver televisão"
                                                                                                                             Júlia Buisel




O leitor gosta de cinema?

Sabe que a Biblioteca Municipal dispõe de bibliografia sobre cinema para empréstimo domiciliário?

Sabe que pode ver cinema de graça na Biblioteca Municipal?


Esperamos por si

dezembro 07, 2012

LEITURA DE FIM DE SEMANA



Que estará a ler com tanto interesse a nossa leitora?

"Quando é que nós estivemos nus com este à vontade, com a sensação que era um estado natural e não com uma sensação subcutânea de termos, não digo um inimigo mas um adversário,  um intruso, um outro que não se identificava inteiramente connosco? As relações de sexo podem ser vividas enquanto somo novos, mas os encontros de amor exigem esta maturidade, quase ausência do desejo. Gosto de estar aqui contigo, fazer festas no teu corpo já cheio de tempo, apetece-me beijar-te porque estou a beijar a tua história pessoal, aquilo que viveste, as tuas alegrias e as tuas dores. É nestas coisas  que sinto que envelhecer é uma arte e que o amor ..."

Como acaba esta história de amor quer o leitor saber!

Pois bem, não é difícil.
O leitor vem à Biblioteca Municipal da sua cidade e
 requisita o livro que é a nossa 
sugestão de leitura de fim de semana

O Tecido do Outono
António Alçada Baptista
Editorial Presença




É no outono que a gente é capaz de reparar que a vida não é banal.

Filipe casara ainda jovem com Matilde, mas nunca fora capaz de classificar a relação de ambos.
Aos trinta anos encontra Bárbara, uma mulher que partilha com ele a procura incessante pela esfera do divino.
Com ela vive uma forte paixão pautada, no entanto, pelo fatalismo. 
Só então, magoado, redescobre Matilde, também ela agora com algumas cicatrizes...

Matilde ou Bárbara, 
com quem falava Filipe?




Visite-nos, requisite o livro e descubra-o 
no seu fim de semana. 



"Poucos escritores terão sabido representar 
na sua obra a mulher com tanto amor e compreensão 
como António Alçada Batista".
                                                                                                        Urbano Tavares Rodrigues




António Alçada Baptista nasceu a 29 de janeiro de 1927 na Covilhã. Frequentou um colégio de jesuítas, em Santo Tirso, e licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, em 1950.
Foi diretor da revista "O Tempo e o Modo" (1963-69). Foi também Diretor da "Moraes Editora" a partir de 1957.
Alçada Baptista exerceu advocacia e esteve sempre ligado ao jornalismo, à edição e à politica, em especial durante o regime de Salazar. Foi ainda cronista na Rádio Comercial.
Em 1961 e 1969 foi candidato pela Oposição Democrática nas eleições para a Assembleia Nacional e, de 1971 a 1974, foi assessor para a cultura do então ministro da Educação Nacional, Veiga Simão.
Funcionário da Secretaria de Estado da Cultura desde 1978, presidiu aos trabalhos da criação do Instituto Português do Livro, a que presidiu até 1986.
O escritor foi condecorado com a Ordem de Santiago, com a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo pelo Presidente Ramalho Eanes, em 1983 e com a Grã Cruz da Ordem do Infante pelo Presidente Mário Soares, de quem foi colaborador, em 1985.
Sócio da Academia Brasileira de Letras, da Academia das Ciências de Lisboa, e da Academia Internacional de Cultura Portuguesa, foi também presidente da Comissão de Avaliação do Mérito Cultural e administrador da Fundação Oriente.
Faleceu a 7 de dezembro de 2008.

A 5 de fevereiro de 2009 foi homenageado, a título póstumo, pela Sociedade Portuguesa de Autores, tendo-lhe sido atribuída a Medalha de Honra da referida Sociedade.
Nesse mesmo ato a SPA anunciou a criação do Prémio Alçada Baptista de Literatura Memorialista e Autobiográfica, a atribuir a partir de 2010.


Tenha um Bom Fim de Semana 
com Boas Leituras



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