junho 30, 2011


O livro que hoje divulgamos - "As velas ardem até ao fim" - é, na opinião de Inês Pedrosa "um portentoso tratado sobre a Amizade em forma de romance, uma obra-prima".

"(...) A vida torna-se quase interessante, quando já aprendeste as mentiras das pessoas, e começas a desfrutar e a notar que dizem sempre uma coisa diferente daquilo que pensam e querem realmente...". pág. 142

"Um pequeno castelo de caça na Hungria, onde outrora se celebravam elegantes saraus  e cujos salões decorados ao estilo francês se enchiam da música de Chopin, mudou radicalmente de aspecto. O esplendor de então já não existe, tudo anuncia o final de uma época. Dois homens, amigos inseparáveis na juventude, sentam-se a jantar depois de quarenta anos sem se verem. Um, passou muito tempo no Extremo Oriente, o outro, ao contrário, permaneceu na sua propriedade. Mas ambos viveram à espera deste momento, pois entre eles interpõe-se um segredo de uma força singular...".

"(...) O importante é que não faço acordos com o mundo que conheci e exclui da minha vida. No entanto, mesmo sem os meios modernos sabia que estavas vivo e um dia voltarias a mim.Não apressei a chegada desse momento. Queria esperá-lo, como uma pessoa espera a ordem e o tempo de cada coisa. Agora estás aqui." - pág. 79

Agora que já despertámos a sua curiosidade, só falta revelar o autor deste livro, cuja leitura aconselhamos. Já ouviu falar de Sándor Márai ?

Sándor Márai nasceu em 1900, em Kassa, uma
pequena cidade húngara, que hoje pertence à Eslováquia. Passou um período de exílio voluntário na Alemanha e na França durante o regime de Horthy, nos anos 20, até que abandonou definitivamente o seu país em 1948, com a chegada do regime comunista, tendo emigrado para os Estados Unidos. A subsequente proibição da sua obra na Hungria fê-lo cair no esquecimento, ele que, nesse momento, era considerado um dos escritores mais importantes da literatura centro-europeia. Foi preciso esperar várias décadas, até à queda do regime comunista, para que fosse redescoberto no seu país e no mundo inteiro.
Sándor Márai suicidou-se em 1989, em San Diego, na Califórnia, poucos meses antes da queda do muro de Berlim.


 A Biblioteca Municipal dispõe para empréstimo domiciliário outro livro do mesmo autor - "Rebeldes"

Visite-nos!
Nas férias, aceite as nossas sugestões de leitura! 

junho 29, 2011

"TODAS AS GRANDES PERSONAGENS COMEÇARAM POR SER CRIANÇAS, MAS POUCAS SE RECORDAM DISSO"


Antoine de Saint-Exupéry, escritor, ilustrador e piloto da Segunda Guerra Mundial, nasceu a 29 de junho de 1900. Órfão desde os 4 anos, Saint-Exupéry cedo mostra apetência pelos aviões e fez o seu batismo de voo aos 12 anos.

Numa época em que a aviação postal dava os seus primeiros passos como séria concorrente às expedições por via marítima e férrea, Saint-Exupéry passou a pertencer, com a assinatura de um contrato com a Aéropostale, ao grupo de pioneiros cuja coragem desafiava os limites da razão e da segurança, batendo recordes de velocidade, para entregar o que o escritor gostava de considerar como cartas de amor.
A sua morte, aos 44 anos, num acidente de aviação, ainda hoje permanece um mistério e adensou o mito à sua volta.


Descolando da ilha da Sardenha a 31 de julho de 1944, em missão de reconhecimento, Saint-Exupéry nunca chegaria ao destino no sul da França. Restam dúvidas quanto às possibilidades de ter sido abatido, ter tido uma falha técnica ou cometido suicídio. Deixou em terra o manuscrito inacabado de "La Citadelle" em que reflectia o seu crescente interesse pela política.
Em 2004 os destroços do avião que pilotava foram encontrados a poucos quilómetros da costa de Marselha. O seu corpo nunca foi encontrado.

As suas obras foram caracterizadas por alguns elementos em comum, como a aviação e a guerra:
  • O aviador, 1926
  • Correio do sul, 1928
  • Voo nocturno, 1931
  • Terra de homens, 1939
  • Piloto de guerra, 1942
  • O principezinho, 1943
  • Cidadela, 1946

A sua obra mais conhecida é sem dúvida Le Petit Prince (O Principezinho), o livro mais traduzido em todo o mundo, a par da Bíblia e de "O capital" de Karl Marx.
Fábula infantil para adultos, em que o narrador é um piloto que é forçado a aterrar de emergência no deserto, onde encontra um rapazinho, que se revela ser um príncipe de outro planeta.
O principezinho conta-lhe as suas aventuras na Terra e fala-lhe da preciosa rosa que possui o seu astro natal. Acaba no entanto por ficar desiludido ao saber que as rosas são bastante comuns na Terra e é aconselhado, por uma raposa do deserto, a continuar a amar a sua rosa rara. O principezinho regressa ao seu próprio planeta, tendo contudo, encontrado um sentido para a sua vida.

"As geografias - disse o geógrafo - são os livros mais preciosos que há. Nunca passam de moda. É raríssimo que uma montanha mude de lugar. É raríssimo que um oceano se esvazie. Nós só escrevemos coisas eternas".


Saint-Exupéry mudou-se para a América do Sul, onde foi nomeado director da companhia Aerpostale Argentina. Pilotando aviões de correio, voou através dos Andes, amealhando experiências que lhe serviram como material para o seu segundo romance, Vol de Nuit (Voo Nocturno), que logo se tornou um sucesso de vendas internacional, tendo ganho o Prémio Literário Femina e sido adaptado ao cinema em 1933, com Clark Gable e Lionel Barrymore no elenco.

"A grandeza de uma profissão é talvez, antes de tudo, unir os homens: não há senão um verdadeiro luxo e esse é o das relações humanas".



Estes são talvez os dois livros mais conhecidos de Antoine de Saint-Exupéry.

Pode requisitá-los na  Biblioteca Municipal, todos os dias úteis das
 09.00 - 12.30 e das 13.30 - 17.00

Esperamos Por Si

junho 28, 2011

PARABÉNS GONÇALO M. TAVARES

"Relativamente aos livros publicados em 2010, o Grande Prémio de Romance e Novela  APE/MC, atribuído desde 1982, em vinte e nove anos consecutivos, acaba de galardoar a obra "Uma Viagem à Índia", de Gonçalo M. Tavares (Ed. Caminho)"
Comunicado da Associação Portuguesa de Escritores (APE)

"Uma Viagem à Índia é um livro que vai marcar com certeza, não apenas a História da Literatura Portuguesa mas provavelmente a cultura europeia".
 Vasco Graça Moura, na apresentação da obras, CCB, 13/11/2010

 

"É um livro cheio de fantasmas, fantasmas dos Lusíadas, fantasmas do homem contemporâneo, uma viagem, uma antiepopeia, e é um livro extraordinário. Estou convencido de que dentro de cem anos ainda haverá teses de doutoramento sobre passagens e fragmentos".
Vasco Graça Moura, "A torto e a Direito", TVI24, 6/11/2010



Para o autor, "Uma Viagem à Índia" é "um livro que de certa maneira pertence a um género a que chamaria texto".

"Uma Viagem à Índia", nas palavras de Gonçalo M. Tavares, "conta a história de Bloom e da sua viagem ao Oriente para encontrar um sábio indiano que o encaminhe espiritualmente. É a história dessa viagem mental, uma espécie de epopeia que segue o percurso físico e acima de tudo o itinerário mental de Bloom".

"Uma Viagem à Índia" já tinha sido distinguido com o Prémio Melhor Narrativa Ficcional 2010 da Sociedade Portuguesa de Autores e com o Prémio Especial de Imprensa Melhor Livro 2010 LER/Booktailors.


Gonçalo M. Tavares nasceu em Angola em 1970 e já recebeu vários prémios, entre os quais alguns dos mais importantes para a literatura em língua portuguesa, nomeadamente o Prémio José Saramago 2005 e o Prémio LER/Millennium BCP2004, ambos para o romance "Jerusalém". Recebeu também o Grande Prémio de Conto da Associação Portuguesa de Escritores Camilo Castelo Branco 2007, para a obra "Água, cão, cavalo, cabeça".


Foi ainda distinguido internacionalmente com: 

Não são razões, mais que suficientes, para querer conhecer melhor este autor?

Veja AQUI os livros do autor, 
que a Biblioteca Municipal tem à sua disposição para empréstimo domiciliário.

junho 27, 2011

"VIAJAR É USUFRUIR. É SENTIR O MOMENTO E OS LOCAIS POR ONDE SE PASSA"


Gosta de literatura de viagens?

O autor que hoje divulgamos, Gonçalo Cadilhe, faz da sua vida uma constante viagem. É um escritor viajante de profissão.

Gonçalo Cadilhe nasceu na Figueira da Foz em 1968. Licenciou-se em Gestão de Empresas na Universidade Católica do Porto, em 1992, e ao mesmo tempo frequentava a Escola de Jazz  do Porto.
Iniciou a actividade de jornalista independente na "Grande Reportagem" e actualmente colabora com o "Expresso". Para além da sua colaboração em jornais e revistas, exerceu também várias actividades profissionais temporárias para financiar as próprias viagens. Entre outras experiências foi músico da banda de Claudia Pastorino; vindimador no Médoc; empregado de mesa no famoso restaurante "Puny" em Portofino.
Desde 2005 publica regularmente livros de viagens, relatando os seus diversos périplos pelo mundo. Em 2007 estreou-se na televisão, tendo realizado vários documentários históricos e de viagens para a RTP: "Nos passos de Magalhães", "Infante D. Henrique", "Geografia das Amizades" e "Nos passos de Fernão Mendes Pinto".

Gonçalo Cadilhe vive e viaja com o dinheiro que recebe das reportagens que publica nos jornais, dos direitos de autor dos livros que escreveu, das conferências que dá em Portugal e dos projectos e ideias que vende à televisão.

"Vive de vender as viagens sob diferentes formas"


"Pela Patagónia abaixo, pela Indonésia acima, pelas ilhas do Pacífico e do Índico, pelos mares da Tasmânia ou das Caraíbas, pelas cidades dos Andes, da Europa e de África, o olhar maravilhado do viajante percorre a Terra com uma certeza: a Lua pode esperar...
"Só te falta ir à Lua", dizem-lhe. "À Lua para quê?, responde. "Tudo o que me interessa está aqui, na Terra".

Este é só um dos livros que a Biblioteca Municipal tem à sua disposição para empréstimo domiciliário. Veja Aqui toda a sua bibligrafia.

Venha viajar com o nosso autor de hoje.

junho 24, 2011

"LER PODE TORNAR O HOMEM PERIGOSAMENTE HUMANO"


Hoje a nossa sugestão de leitura de fim de semana não vai ser um livro, mas antes um texto de Guiomar de Grammon sobre a leitura e os seus perigos.

"Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame  Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tornou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: O conhecer. Mas para quê conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.


Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verosimilhança.
Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem as suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos da conquista da sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projectos, manuais, etc. (...).

Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco.
O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova... Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos... A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna colectivo o individual e público, o secreto, o próprio.

A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano."

Não ficou com vontade de ler?
Quem sabe na Biblioteca Municipal não encontra "aquele livro" que procura há tanto tempo, não encontra o seu autor preferido...

Visite-nos, peça-nos sugestões,
de certeza que temos o livro indicado para si 

Boas Leituras e Bom Fim de Semana

junho 22, 2011

"ESTOU VIVO e ESCREVO SOL"

Para um amigo tenho sempre

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo da algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa"


Do autor que hoje divulgamos,  Eduardo Lourenço diz: 
 "Onde Pessoa acaba, Começa Ramos Rosa".


António Ramos Rosa nasceu em
Faro a 17 de outubro de 1924, e aí viveu durante a sua juventude, até se mudar definitivamente para Lisboa, em 1962. Dele pode dizer-se, que a sua vida se confunde com a poesia, tendo a sua casa sido sempre um espaço informal de acolhimento e intercâmbio com outros poetas e leitores de poesia, tanto portugueses como estrangeiros. A sua bibliografia é vastíssima. Entre poesia individual e em parceria com outros autores, contam-se também traduções, críticas e ensaios. Mas a sua obra é muito mais vasta e variada, porque também se dedica à pintura e às artes visuais, não só como ilustrador, mas expondo em galerias de arte.



"Eu faço uns desenhos que são rostos e faço-os com uma grande espontaneidade: são automáticos e confluentes, quer dizer, não estou a pensar se faço uma linha, que vou fazer aquela linha: depois é que sai o meu trabalho - e por isso é que eu faço em segundos um desenho".

"Escrever é, sempre, a necessidade de respirar as palavras e de às palavras fornecer o frémito do ser, os pulmões do sonho, e, com elas criar a dádiva do poeta"    


 
Não posso adiar o Amor

Não posso adiar o amor para outro século 
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
Não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração

António Ramos Rosa in "Viagem Através de uma Nebulosa" 


Pelo mérito da sua obra e pelo seu perfil humano, António  Ramos Rosa foi já objecto de importantíssimos prémios literários, nacionais e internacionais:
  • Prémio de Tradução da Fondation de Hautvilliers em 1976,
  • Prémio do Centro Português da Associação de Críticos Literários e Prémio PEN Club de Poesia em 1980,
  • Prémio Pessoa em 1988,
  • Grande prémio da Associação Portuguesa de Escritores em 1991,
  • Prémio da Bienal de Poesia de Liége em 1991,
  • Prémio de Poeta Europeu da Década em 1991,
  • Prémio Jean Malrieu em 1992
  • Doutor Honoris Causa pela Universidade do Algarve em 2003,
  • Prémio Pen Club Português e o Grande Prémio de Poesia Associação Portuguesa de Escritores /CTT - Correios de Portugal em 2006,
  • Prémio Luís Miguel Nava em 2006 pelas obras de poesia publicadas no ano anterior: "Génese" e "Constelações".

Tal como diz Inês Pedrosa "O amor à poesia não se aprende, mas pode contagiar-se", esperamos que com estes dois poemas do nosso autor de hoje, consigamos despertar em si o gosto pela poesia.


Para o ficar a conhecer melhor VEJA AQUI a bibliografia
que a Biblioteca Municipal tem para empréstimo domiciliário.


junho 21, 2011

 
PROJECTO "LIVROS EM MOVIMENTO"

Com o final de mais um ano lectivo e a aproximação das férias de Verão, termina mais um ano de "Livros em Movimento".
Na passada 6ª feira, dia 17 de Junho, regressaram à Biblioteca Municipal todos os livros que estiveram em movimento pelas Escolas do 1º Ciclo de Ensino Básico da Marinha Grande.


Trata-se de 13 escolas, ainda sem biblioteca escolar, mas que aderiram ao projecto "Livros em Movimento".
Desta forma a autarquia, através da Biblioteca Municipal, coloca à disposição das crianças e professores, cobrindo um universo de mais de 700 crianças, cerca de 25 caixas com livros, que "rodam" pelas diferentes escolas ao longo do ano lectivo.
Desta forma, o acesso ao livro fica mais facilitado, a leitura mais acessível a todas as crianças e respectivas famílias e os professores passam a dispôr da possibilidade de diversificarem os seus instrumentos de trabalho.

É um projecto que envolve custos finaneiros para a autarquia, concretamente, na aquisição de livros. Todavia, estamos convictos que não se trata de uma despesa sem retorno, mas antes um investimento que certamente irá ter repercussões na formação das crianças.


Desejamos que estas crianças tenham possibilidade de vir à Biblioteca Municipal, para que continuem a ler durante as férias grandes. O projecto não termina e voltará para o próximo ano, com novos livros sempre em movimento.


BOAS FÉRIAS = BONS LIVROS = BOAS LEITURAS
ATÉ AO PRÓXIMO ANO LECTIVO



junho 20, 2011

"UM REFUGIADO SEM ESPERANÇA, JÁ É DEMAIS"

A Assembleia Geral da ONU, com a resolução 55/76 de 2001, estabeleceu o dia 20 de junho como o  DIA MUNDIAL DO REFUGIADO.


O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ACNUR, inicia hoje a campanha multimédia "ONE". Durante os próximos seis meses, procurar-se-à incrementar a sensibilidade da opinião pública sobre as deslocações forçadas e apátridas através das narrativas dos seus próprios atores. A campanha divulga a mensagem de que "Um refugiado sem esperança já é demais" e que se liga ao apelo " FAÇA UMA COISA" de Angelina Jolie, Embaixadora da Boa Vontade da ACNUR.

O Conselho Português para os Refugiados, CPR, é uma organização não governamental para o desenvolvimento, sem fins lucrativos, independente e pluralista, inspirada numa cultura humanista de tolerância e respeito pela dignidade dos povos. O seu principal objectivo é promover uma política de asilo mais humana e liberal, a nível nacional e internacional. É o "parceiro operacional" do ACNUR para Portugal. Em 12 de dezembro de 2000, o CPR foi distinguido com o "Prémio Direitos Humanos" da Assembleia da República.


Calcula-se que existam em todo o mundo cerca de 21 milhões de refugiados, dos quais 12,6 milhões são refugiados dentro dos seus próprios países de residência.
Entre janeiro e maio Portugal recebeu 81 pedidos de asilo, 30 deles vindos de países terceiros, tendo nos últimos 15 anos dado acolhimento a cerca de 400 pessoas, disse à Lusa a presidente do Conselho Português para os Refugiados.



1 família destruída pela guerra, já é demais
1 refugiado a quem é negado abrigo, já é demais
1 criança que cresce num campo de refugiados, já é demais
1 família forçada a fugir, já é demais
1 refugiado sem escolaridade, já é demais
1 criança sem nacionalidade, já é demais
1 refugiado sem esperança, já é demais. 




Biblioteca Municipal tem à sua disposição, para empréstimo domiciliário, livros que abordam esta temática, não só o chamado livro técnico,
mas igualmente romances e contos,  de autores dos mais variados países.
Só necessita de se deslocar à Biblioteca Municipal e solicitar a nossa sugestão.
Esperamos por si.

Esta semana fica marcada pela introdução de apenas uma mensagem no início da semana e outra no final. Iniciámos com a referência a um dos maiores vultos do património literário português - FERNANDO PESSOA, e encerramos com outro grande nome - JOSÉ SARAMAGO. Tudo o que pudessemos ter publicado entre estes dois grandes marcos literários, ficaria naturalmente diminuido, face à grandeza de tais nomes.





Nasceu a 16 de Novembro de 1922, na aldeia ribatejana de Azinhaga. Ainda pequeno foi com a família para Lisboa, onde fez os seus estudos secundários e onde iniciou a sua primeira actividade profissional como serralheiro mecânico.
Publicou o seu primeiro livro em 1947, intitulado Terra do Pecado. Só muito mais tarde, em 1966, voltaria a publicar, mas até essa data manteve actividade profissional ligada à produção editorial e colaborando como crítico literário na revista Seara Nova e como comentador político do jornal Diário de Lisboa.
A partir de 1976 passou a viver exclusivamente da sua actividade literária, primeiro como tradutor e, posteriormente, como autor.
Em 1982 publica o Memorial do Convento que o consagra internacionalmente. A partir daí não para mais a sua produção literária e a atribuição de prémios, nacionais e internacionais, que culminará, em 1998, com a atribuição do Prémio Nobel da Literatura, "(...) pela sua capacidade de tornar compreensível uma realidade fugidia, com parábolas sustentadas pelaimaginação, pela compaixão e pela ironia." segundo a Academia Sueca, entidade responsável pela escolha do autor premiado.


"Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia"
in, Memorial do Convento

José Saramago morreu a 18 de Junho de 2010, aos 87 anos, na sua casa em Lanzarote, sendo o seu corpo transportado para Lisboa onde foi cremado. 
Um ano depois da sua morte, concretizar-se-á aquele que era o seu desejo. No próximo Sábado, pelas 11 horas, as cinzas do escritor serão depositadas diante da Casa dos Bicos, onde funciona a Fundação José Saramago, frente ao rio Tejo, em Lisboa, junto a uma oliveira centenária e a uma pedra onde se encontra uma inscrição retirado da sua obra Memorial do Convento.

No próximo dia 25 de Junho, na Casa Fernando Pessoa, haverá uma maratona de leitura do livro de José Saramago "A Morte de Ricardo Reis", escrito em 1984, cujo protagonista é Ricardo Reis, um dos heterónimos de Pessoa.

E até final do mês poderá visitar, no átrio da entrada da nossa Biblioteca Municipal, alguns cartazes evocativos da vida e obra de Saramago, acompanhados por bibliografia do autor, disponível para requisição.

Referem-se a obras escritas pelo autor, mas também de obras em que Saramago participou enquanto tradutor ou prefaciador.



Como Leitura de Fim-de-Semana,deixamos a sugestão de conhecer melhor a obra do autor.
Passe pela Biblioteca, agora com o horário de Verão,
de 2ª a 6ª feira, das 09:00 às 12:30 e das 13:30 às 17:00.
Já agora! ... Sabia que José Saramago escreveu um livro de literatura infantil?
Descubra-o na nossa página LEITORES + NOVOS

junho 13, 2011

FERNANDO ANTÓNIO NOGUEIRA PESSOA


Fernando Pessoa nasceu em Lisboa a 13 de Junho de 1888.

Ao longo da vida foi empresário, editor, crítico literário, ativista político, tradutor, jornalista, inventor e publicitário, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária.



Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades, conhecidas por heterónimos, tais como, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis ou Bernardo Soares. Fernando Pessoa autodenominou-se "drama em gente". Diferentemente dos pseudónimos, os heterónimos de Pessoa apresentam-se como personalidades poéticas completas, distintas da do autor, mas a quem ele atribui identidades reais e verdadeiras, numa teia de absoluto fingimento. Tem sido esta a faceta mais complexa e mais estudada da sua obra.


"Com uma tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito?"
Fernando Pessoa



O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Autopsicografia, Fernando Pessoa, 1930
                                  
Fernando Pessoa morreu em Novembro de 1935, devido a doença prolongada. Apesar da sua vida não ter sido muito longa, ele deixou um vasto espólio que, até hoje, ainda não foi totalmente publicado e analisado. Em vida apenas publicou 4 obras, sendo três delas em inglês, língua que ele dominava por ter vivido muitos anos da sua juventude na África do Sul, e a restante, em língua portuguesa, foi a colectânea de poemas "Mensagem", publicada apenas um ano antes da sua morte.  


Conheça melhor aquele que é considerado um dos maiores nomes do nosso património literário. Venha à Biblioteca Municipal e requisite livros do autor ou sobre a sua vida e obra.


 
 

junho 08, 2011


RECORDA-SE DISTO ?




É ISSO MESMO!
É a frente e verso de um bilhete de ingresso na
EXPO´98 - Exposição Internacional de Lisboa


E LEMBRA-SE QUAL FOI O TEMA DA EXPO´98?
EXACTAMENTE!
O tema foi "Os Oceanos: Um património para o futuro"


Estamos a recordar este evento já realizado há 13 anos, porque hoje, dia 08 de Junho, assinala-se o DIA MUNDIAL DOS OCEANOS, data que se comemora sob a égide da UNESCO  desde 1992, data da realização da Cimeira da Terra (Conferência do Rio).
De acordo com a mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, "O Dia Mundial dos Oceanos é uma oportunidade para se fazer uma reflexão sobre a importância dos oceanos para o desenvolvimento sustentável da humanidade. É também um momento para reconhecer os graves desafios relacionados com os oceanos. (...)".

Uma imagem emblemática e indissociável da EXPO´98 é, sem dúvida, o Oceanário de Lisboa. "Ao longo dos últimos anos, o Oceanário de Lisboa tem consolidado a participação e apoio à conservação dos oceanos. Fiel à sua missão, mantém colaborações com instituições e universidades em projetos de investigação científica e de conservação da natureza." A sua missão é "Promover o conhecimento dos oceanos, sensibilizando os cidadãos em geral para o dever da conservação do património natural, através da alteração dos seus comportamentos."

Neste âmbito, desenvolve inúmeras actividades e campanhas de sensibilização, dirigidas a crianças e adultos, envolvendo alunos e professores, com o objectivo de consolidar práticas e atitudes, que contribuam para a sustentabilidade do planeta.


Veja aqui a LISTA PESSOAL DE ECO-ATITUDES recomendada pelo Oceanário e adopte-a.


A Biblioteca Municipal possui várias publicações
que nos ajudam a recordar o património deixado pela EXPO´98.
 Veja aqui

junho 07, 2011

MUSEU JOAQUIM CORREIA


NÚCLEO DOCUMENTAL
Os Técnicos da Biblioteca Municipal deram por terminado o trabalho de tratamento técnico do espólio documental existente no Museu Joaquim Correia e que pertence ao escultor.

Este espólio é constituído por 585 documentos, que foram todos objecto de catalogação, classificação e etiquetagem, de acordo com as normas documentais aplicáveis.

Estes documentos constituem por si só uma base de dados autónoma, relativamente à da Biblioteca Municipal, mas pesquisável pelos interessados, através do nosso Módulo de Pesquisa Bibliográfica. Esta base foi concebida de modo a poder responder a um eventual aumento do espólio documental, dada a possibilidade de existência de novas remessas de documentos.
  
O Museu passa, assim, a dispôr de uma nova valência ao serviço de estudantes ou investigadores em áreas ligadas à Arte.



O MUSEU JOAQUIM CORREIA, situado na Marinha Grande, está instalado no Palácio Taibner de Morais e foi inaugurado pela Câmara Municipal em Dezembro de 1997.
O seu acervo integra obras do artista marinhense Joaquim Correia, constituido por bustos, estátuas em bronze e gesso, com e sem policromia, medalhas, desenhos e pinturas. Uma das suas obras mais emblemáticas é o Orfeu, estátua que se pode admirar no largo exterior ao Museu.

PASSE POR AQUI --- PASSE A CONHECER

junho 03, 2011

LEITURA DE FIM-DE-SEMANA

Escolhemos para Leitura de Fim-de-Semana um autor que é considerado uma das maiores revelações no panorama literário actual e que, em menos de um ano, foi duas vezes premiado  em França. Um desses prémios foi no final de 2010, com o seu livro Aprender a Rezar na Era da Técnica, editado pela Caminho e que lhe valeu o Prémio do Melhor Livro Estrangeiro publicado em França; o outro foi recentemente o Prémio Literário dos Jovens Europeus, edição de 2011, galardão atribuído pela Escola do Comércio Europeia de França, pelo livro O Senhor Krauss.

Gonçalo M. Tavares
Escritor português, nasceu em Agosto de 1970 em Angola (Luanda). Em 2001 publicou a sua primeira obra.

A partir desta data a sua produção literária não parou mais, tendo sido já largamente premiado e os seus livros traduzidos e adaptados a peças de teatro, ópera, objectos de arte, etc.

O seu livro Jerusalém foi incluído na edição europeia dos 1001 Livros para Ler Antes de Morrer. Trata-se de um guia cronológico dos mais importantes romances de todos os tempos.

José Saramago, no discurso proferido no dia da atribuição do Prémio José Saramago 2005 a Gonçalo M. Tavares, disse " Jerusalém é um grande livro, que pertence à grande literatura ocidental. Gonçalo M. Tavares não tem o direito de escrever tão bem apenas aos 35 anos ...".


Poderá encontar este e outros livros do autor na Biblioteca Municipal.

Contudo, não é este livro que sugerimos para Leitura de Fim-de-Semana, mas sim O Senhor Kraus, editado pela Caminho, por vermos algum paralelismo com a realidade.


Sinopse: O senhor Kraus é um jornalista que é convidado para fazer uma crónica sobre política. Para além da acidez e ironia com que vai comentando os diversos acontecimentos políticos, o senhor Kraus, nas suas crónicas, inventa três personagens: o Chefe e os dois Auxiliares. Episódios e diálogos que satirizam os tiques universais dos políticos.

«Uma enorme comitiva de economistas entrou nos aposentos centrais. Traziam um relatório gigante. Era o diagnóstico; o estado da economia do país ali estava, ao pormenor. Três meses de trabalho envolvendo mais de 32 mil economistas. Bem remunerados, mas era merecido: o relatório tinha mais de seiscentas páginas. E um índice. Foi no índice que o Chefe pegou.
- Isto ajuda muito. Facilita a consulta - disse o Chefe, surpreendido. - Ajuda muito - concordou o Presidente da Comitiva dos Economistas. - O Chefe vê aqui o tema abordado e logo depois, uns espacinhos mais à frente, surge a página. - Excelente ideia!! - exclamou o Chefe. Já tem sido utilizada noutros trabalhos de outras pessoas; mesmo fora da política. E até noutros países. Quando os relatórios são muito grandes a indicação das páginas onde cada tema é aprofundado permite que quem consulte o documento não perca muito tempo até encontrar o assunto que lhe interessa. O Chefe estava fascinado. Aquela questão do índice. Que ideia!! Estava bem rodeado, sem dúvida. Estes economistas!!»

Excerto de "O índice", d' O Senhor Kraus



Os livros do autor que a Biblioteca Municipal possui para empréstimo

VENHA À BIBLIOTECA! NÃO CUSTA NADA!

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